Deslocamentos como “imperativos da sobrevivência” em O engate, de Nadine Gordimer

Autores

  • Lilian Reichert Coelho Universidade Federal do Sul da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.17851/2317-2096.28.2.51-68

Palavras-chave:

literatura contemporânea em língua inglesa, África do Sul, deslocamentos, globalização, Nadine Gordimer

Resumo

 Este artigo apresenta uma leitura do romance O engate, da escritora sul-africana Nadine Gordimer, a partir da indagação sobre as (im)possibilidades de deslocamento por sujeitos diferentemente situados no mundo contemporâneo. O problema da pesquisa residiu no questionamento sobre quais relações os sujeitos estabelecem entre si e com os espaços no contexto do fenômeno denominado globalização, mais especificamente em África. Como balizas teóricas, foram acionados autores com posicionamentos epistemológicos nem sempre convergentes, mas que se debruçam sobre o cenário contemporâneo, a exemplo de Mbembe e Bauman. Metodologicamente, utilizou-se a análise crítica. Como resultados, tem-se que a ordem globalizante impõe restrições ao deslocamento de determinados sujeitos enquanto concede a outros a livre circulação, a despeito do discurso celebrativo sobre o apagamento das diferenças.

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Biografia do Autor

Lilian Reichert Coelho, Universidade Federal do Sul da Bahia

Professora Adjunta III da Universidade Federal do Sul da Bahia/Campus Paulo Freire. Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (UFRB) e do Programa Interdisciplinar em Estado e Sociedade (UFSB). Pesquisadora CNPq.

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Publicado

2018-06-29

Como Citar

Coelho, L. R. (2018). Deslocamentos como “imperativos da sobrevivência” em O engate, de Nadine Gordimer. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 28(2), 51–68. https://doi.org/10.17851/2317-2096.28.2.51-68

Edição

Seção

Dossiê – Deslocamentos, Linhas de Fuga, Confins