Entre pensamento, arte e etnografia: O gume crítico da revista Documents
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.29.3.209-227Palavras-chave:
etnografia, crítica literária, Bataille, Documents, escritas ameríndias e afrodescendentesResumo
A publicação, em português, nos meados de 2018, do volume Documents, reunião dos ensaios e dos verbetes de um “dicionário crítico” redigidos por Georges Bataille, secretário geral da revista do mesmo título (1929-1931), traz subsídios importantes para a crítica brasileira. Os textos foram traduzidos criteriosamente por professores-pesquisadores especializados, garantindo o destaque das relações estreitas entre belas artes, arqueologia e etnografia – aspecto caracterizador do periódico francês. Como pensador especialmente arguto, anticonvencional e inventivo, Bataille pode abrir novas perspectivas epistemológicas e estéticas para a avaliação de escritas provenientes de culturas híbridas ou mesmo predominantemente não ocidentais, hoje circulantes ao lado dos cânones filosóficos e literários. Neste artigo, comentam-se aspectos do material, agora acessível, experimentando o contraponto das questões nele levantadas há cerca de noventa anos, com registros e reelaborações literárias de mitologia, postos em circulação a partir de espaços periféricos, trazendo a dicção e/ou a assinatura de ameríndios e afrodescendentes.
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