Paratextos e edição
capas de Santa Rosa, leitor perspicaz do texto literário
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2021.25028Palavras-chave:
paratextos, capas, Tomás Santa Rosa, história editorial brasileiraResumo
O objetivo deste artigo é mostrar como as capas do artista brasileiro Tomás Santa Rosa são paratextos fundamentais à leitura de obras literárias, uma vez que acrescentam novos efeitos e têm um caráter funcional, não meramente decorativo, complementando o sentido do texto. A partir dos conceitos de Gérard Genette na obra Paratextos editoriais (2009), investiga-se como as capas direcionam a leitura, o que o estudioso francês denomina de a “capacidade coercitiva do paratexto”. Detentor de um traço único e incomparável, Santa Rosa revolucionou o trabalho editorial da época, sobretudo entre os anos de 1930 e 1940, ao conferir vivacidade a capas, até então, tipográficas. Tal expressividade se deve à sensibilidade com que o artista realizava seu trabalho, ressaltando, nas ilustrações, certos lances da narrativa que demonstram uma leitura cuidadosa do material literário. Destaque-se, neste artigo, algumas capas produzidas para obras de José Lins do Rego e Graciliano Ramos, coligidas por Luís Bueno em Capas de Santa Rosa (2015).
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