Experimentação, corporeidade e abjeção
outros delírios possíveis em Quem é Beta? (1973), de Nelson Pereira dos Santos
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2020.25636Palavras-chave:
personagens femininas, abjeto, cinema brasileiro, ficção científica, Quem é Beta?, Nelson Pereira dos SantosResumo
Este artigo pretende compreender, a partir da construção das personagens femininas de Quem é Beta? (1973), de Nelson Pereira dos Santos, quais os desdobramentos plasmados nas imagens do filme em meio a um futuro apocalíptico que se utiliza da memória para sobreviver? A tecnologia alcançada por poucos e a sobrevivência por meio da violência nessa história são as fissuras que nos levam a questionar o humano. Por meio de autores que abordam o desprezível feminino – ou abjeto –, como Julia Kristeva (1982); a temporalidade humana como Georges Didi-Huberman (2011) e as relações concomitantes entre cinema e história, tal como Marc Ferro (1992), este estudo aponta para o cinema brasileiro do gênero de ficção científica – um terreno quase, mas não completamente desabitado – como um autêntico lampejo de sobrevida para pensar o feminino.
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