A literatura trânsfuga de José Falero

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DOI:

https://doi.org/10.35699/2317-2096.2021.29268

Palavras-chave:

jogo literário, contexto social, habitus e escritura, trânsfuga, José Falero

Resumo

Este artigo analisa a literatura de José Falero como trânsfuga, ou seja, a que rompe barreiras de expectativas no jogo literário. Afinal, as origens sociais e os círculos de socialização da pessoa que escreve, assim como a profissão que exerce para além da literatura, acabam, não raro, por mediar a atribuição do “mérito” da obra. Apesar disso, é nos sistemas relativamente dominados e de agentes sem privilégio no jogo literário que, não raro, surgem as produções mais inovadoras. A partir dessa perspectiva, abordaremos a literatura de José Falero, sobretudo os contos de Vila Sapo (2019) e o romance Os supridores (2020), além de entrevistas concedidas pelo escritor a jornais, a um podcast e à própria autora deste trabalho.

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Publicado

2021-10-01

Como Citar

Kahmann, A. C. (2021). A literatura trânsfuga de José Falero. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 31(3), 97–118. https://doi.org/10.35699/2317-2096.2021.29268

Edição

Seção

Dossiê – Trânsfuga: migração e transgressão na literatura