Duarte Galvão, feições poéticas do heterônimo social de Virgílio Lemos
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2021.33058Palavras-chave:
Duarte Galvão, crítica social, heteronímia, resistência, vanguardasResumo
Este artigo apresenta leituras de poemas assinados por Duarte Galvão, heterônimo do escritor moçambicano Virgílio de Lemos. Duarte Galvão é, sem dúvidas, o heterônimo virgiliano mais conhecido, pois assume autoria de inúmeros poemas, assim como os que estão publicados nos livros Negra azul (1944-1963) e Poemas do tempo presente (1950-1961). Objetiva-se analisar/explorar as múltiplas feições poéticas desse heterônimo, voz revolucionária que levou Virgílio à prisão. Duarte Galvão louvou a cidade, a urbe e a mulher, assinou os textos publicados em (e sobre) a Revista Msaho (1952). Os seus poemas verticais também revelam diálogos múltiplos com importantes movimentos culturais e autores da Literatura universal. Em muitos momentos, a poesia desse heterônimo se confunde com a do poeta ortônimo; em outros, ambos assinam os poemas, reforçando a ideia de “fingimento” já proposta no movimento heteronímico.
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