A última entrevista

uma conversa intempestiva com Eneida Maria de Souza

Autores

Palavras-chave:

Eneida Maria de Souza, autoficção, bricolagem, sobrevivência, entrevista

Resumo

Aprovado num concurso público em 2010, tornei-me jornalista da Universidade Federal de Minas Gerais em dezembro de 2012, mês em que também fui selecionado para cursar um mestrado em literatura brasileira na UFMG. Esse ponto de virada em minha vida foi decisivo para que eu tivesse, na década que se seguiu, uma série de oportunidades de trocar boas ideias com Eneida Maria de Souza, professora que pôs à prova a dissertação que escrevi naquele mestrado (2013–2015), integrando a banca da minha defesa, e orientou o doutorado em teoria da literatura (2016–2021) que eu começaria a cursar em seguida. Nessa rotina acadêmica, foram várias as nossas reuniões de orientação, conversas que ocasionalmente escaparam do tema da minha tese (a autoficção) para alcançar a literatura como um todo, e questões relativas ao nosso campo cultural e intelectual, de modo geral, em seus impasses e potencialidades. Ainda tenho os registros dessas conversas arquivados em áudios. Paralelamente, também tive, pela perspectiva do jornalismo, a oportunidade de entrevistar Eneida algumas boas vezes nessa última década, seja a fim de coletar uma consideração ou receber uma consultoria sobre um assunto colateral à sua experiência acadêmica (por exemplo, uma tese, um livro ou um autor sobre a/o qual eu estivesse escrevendo para a UFMG), seja com o objetivo de produzir uma entrevista exclusiva com ela – como ocorreu em 2016, ocasião em que pude sabatinar de forma livre o seu pensamento durante um almoço na Pampulha sem hora para acabar, com vistas a adiantar, para a comunidade da UFMG, algumas das noções-chave que ela nos apresentaria alguns dias depois em uma aula magna (RIBEIRO, 2016). De igual modo, tenho várias horas de áudios e diferentes rascunhos dessas conversas arquivados em meu computador. As perguntas e respostas que apresento aqui são o compilado (2012–2022) – um tanto selvagem – que produzi (ao modo da bricolagem que tanto interessava à Eneida) de todo esse material para esta ocasião, com vistas a prestar uma última homenagem à mestra e facultar-nos, mais uma vez, escutá-la. Que esta entrevista póstuma, em seu cariz autoficcional, possa de algum modo presentificar, ainda que por um instante, o pensamento vivo de Eneida Maria de Souza outra vez entre nós.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ewerton Martins Ribeiro, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais / Brasil

Ewerton Martins Ribeiro é escritor de ficção, mestre em Estudos Literários (Literatura Brasileira) e doutorando em Estudos Literários (Teoria da Literatura e Literatura Comparada) pela Universidade Federal de Minas Gerais. É também jornalista da própria UFMG. Nasceu e vive em Belo Horizonte.

Referências

RIBEIRO, Ewerton Martins. ‘A literatura é uma forma de sobrevivência’, afirma Eneida Maria de Souza. UFMG, Belo Horizonte, 25 abr. 2016. Notícias. Disponível em: https://www.ufmg.br/online/arquivos/043136.shtml. Acesso em: 4 maio 2022.

SABINO, Fernando; ANDRADE, Mário de. Cartas a um jovem escritor e suas respostas. Rio de Janeiro: Record, 2003.

Downloads

Publicado

2023-05-05

Como Citar

Ribeiro, E. M. (2023). A última entrevista: uma conversa intempestiva com Eneida Maria de Souza. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 33(especial), 117–126. Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/40837

Edição

Seção

Dossiê Eneida Maria de Souza