Avatarização da vida, biografia, impurezas e metaverso
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2023.40952Palavras-chave:
Arte e vida, Crítica biográfica, Espetáculo, Vida impura, Avatar, metaversoResumo
Este texto tem como objetivo mostrar como alguns métodos e caracterizações dos objetos da crítica biográfica podem ter seus contextos extrapolados ao considerar os acontecimentos que permitiram a configuração atual da sociedade. A partir de Eneida Maria de Souza, pesquisadora e professora da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, realizo a discussão proposta dialogando com ensaios de dois de seus livros Janelas indiscretas (2011) e Narrativas impuras (2021). Deste último, tomo de empréstimo e expando a noção de “impuro” tratando não apenas da escrita da vida, mas da própria vida que se torna imagem. Para isso, abordo o pensamento de autores como Guy Debord e Giorgio Agamben e suas noções de espectador e espectro atreladas a como enxergam a vida.
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