A mancha roxa, o teatro da peste e o direito à violência

Autores

Palavras-chave:

dramaturgia, distopia, teatro da peste, violência, Plínio Marcos

Resumo

Resumo: Em A mancha roxa, Plínio Marcos representa mulheres assoladas por um flagelo inominável, perceptível apenas nas manchas da epiderme e nos sintomas clínicos da peste. No drama, exploradas pela carceragem, as personagens estão condenadas ao extermínio pela doença e ao esquecimento no aparelho punitivo. Assim, o texto analisa as políticas de extermínio – a violência administrada, a fobia generalizada, o imaginário da peste –, as imagens distópicas do desastre epidêmico e as formas de sobrevivência das personagens. Na segunda parte, depois da composição da fábula teatral e das políticas de extermínio, o estudo explora o discurso de insubmissão das presas, na defesa do direito a uma violência messiânica e redentora.
Palavras-chave: dramaturgia; distopia; teatro da peste; violência; Plínio Marcos.

Abstract: In A mancha roxa, Plínio Marcos portrays women plagued by an unnameable scourge, perceptible only in the stains of the epidermis and in the clinical symptoms. In the drama, exploited by imprisonment, the characters are condemned to extermination by illness and oblivion in the punitive apparatus. Thus, this text analyzes the extermination policies – the administered violence, the generalized phobia, the imagery of the plague –, the dystopian images of the epidemic disaster and the characters’ ways of survival. In the second part, after the composition of the theatrical fable and the extermination policies, the study explores the discourse of insubordination of the prisoners, in defense of the right to a messianic and redemptive violence.
Keywords: dramaturgy; dystopia; theater of plague; violence; Plínio Marcos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rainério dos Santos Lima, Universidade Federal do Oeste do Pará, UfopaUniversidade Federal do Oeste do Pará, Ufopa

É professor adjunto de Teoria Literária da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). Doutor em Literatura Comparada na Universidade Federal Fluminense (Uff) e mestre em Letras, área de Literatura e Cultura, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Participa do Grupo de Estudos de Literatura e Cinema (Gelic/Cnpq) e do Literatura Brasileira e Outras Literaturas Contemporâneas (Uff/Cnpq). 

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Meios sem fim: notas sobre a política. Tradução de Davi Pessoa. Belo Horizonte: Autêntica, 2015a.

AGAMBEN, Giorgio. Nudez. Tradução de Davi Pessoa. Belo Horizonte: Autêntica, 2015b.

AGAMBEN, Giorgio. Profanações. Tradução de Selvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo, 2007.

BENJAMIN, Walter. Para uma crítica da violência. In: BENJAMIN, Walter. Escritos sobre mito e linguagem. Tradução de Susana Kampff Lages e Ernani Chaves. São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, 2011. p. 121-156.

BENJAMIN, Walter. Sobre a crítica do poder como violência. In: BENJAMIN, Walter. O anjo da história. Tradução de João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica, 2012a. p. 57-82.

BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução de Sergio Paulo Rouanet. 8. ed. São Paulo: Brasiliense, 2012b. p. 241-252.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Sobrevivência dos vaga-lumes. Tradução de Vera Casa Nova e Márcia Arbex. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.

MARCOS, Plínio. Obras teatrais: atrás desses muros. Organização Alcir Pécora. Rio de Janeiro: Funarte, 2016. (Obras teatrais, v. 1).

SARRAZAC, Jean-Pierre. O futuro do drama: escritas dramáticas contemporâneas. Tradução de Alexandra Moreira da Silva. Porto: Campos das Letras, 2002.

SARRAZAC, Jean-Pierre. Poética do drama moderno: de Ibsen a Koltès. Tradução de Newton Cunha, J. Guinsburg e Sonia Azevedo. São Paulo: Perspectiva, 2017.

SONTAG, Susan. Doença como metáfora. Aids e suas metáforas. Tradução de Rubens Figueiredo e Paulo Henriques Britto. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

Downloads

Publicado

2024-02-08

Como Citar

Lima, R. dos S. (2024). A mancha roxa, o teatro da peste e o direito à violência. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 33(4), 76–95. Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/44887

Edição

Seção

Dossiê - Formas da Dramaturgia Moderna e Contemporânea