A mancha roxa, o teatro da peste e o direito à violência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2317-2096.2023.44887

Palavras-chave:

dramaturgia, distopia, teatro da peste, violência, Plínio Marcos

Resumo

Resumo: Em A mancha roxa, Plínio Marcos representa mulheres assoladas por um flagelo inominável, perceptível apenas nas manchas da epiderme e nos sintomas clínicos da peste. No drama, exploradas pela carceragem, as personagens estão condenadas ao extermínio pela doença e ao esquecimento no aparelho punitivo. Assim, o texto analisa as políticas de extermínio – a violência administrada, a fobia generalizada, o imaginário da peste –, as imagens distópicas do desastre epidêmico e as formas de sobrevivência das personagens. Na segunda parte, depois da composição da fábula teatral e das políticas de extermínio, o estudo explora o discurso de insubmissão das presas, na defesa do direito a uma violência messiânica e redentora.

Biografia do Autor

  • Rainério dos Santos Lima, Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Santarém, Pará / Brasil

    É professor adjunto de Teoria Literária da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). Doutor em Literatura Comparada na Universidade Federal Fluminense (Uff) e mestre em Letras, área de Literatura e Cultura, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Participa do Grupo de Estudos de Literatura e Cinema (Gelic/Cnpq) e do Literatura Brasileira e Outras Literaturas Contemporâneas (Uff/Cnpq). 

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Publicado

2024-02-08

Edição

Seção

Dossiê - Formas da Dramaturgia Moderna e Contemporânea

Como Citar

A mancha roxa, o teatro da peste e o direito à violência. (2024). Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 33(4), 76–95. https://doi.org/10.35699/2317-2096.2023.44887