Genet, a afirmação de vida e O Balcão
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2023.44912Palavras-chave:
Genet, Nietzsche, desfamiliarização, niilismo, Teatro do AbsurdoResumo
Resumo: Este artigo visa contribuir para a reconceitualização da dramaturgia pós-Segunda Guerra Mundial ao desestabilizar a noção de Teatro do Absurdo a partir da crítica de Michael Y. Bennett (2011). Discute a influência decisiva de Friedrich Nietzsche tanto na trajetória pessoal quanto na prática artística de Jean Genet e propõe uma breve abordagem hermenêutica do texto dramático O balcão, originalmente publicado em 1956. Por um lado, o artigo argumenta que a obra dramática em questão retrata, com inequívoco pessimismo, o sujeito moderno à deriva do niilismo e, por outro lado, põe em relevo o vigor criativo que impeliu Genet a uma trajetória prodigiosa.
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