Genet, a afirmação de vida e O Balcão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2317-2096.2023.44912

Palavras-chave:

Genet, Nietzsche, desfamiliarização, niilismo, Teatro do Absurdo

Resumo

Resumo: Este artigo visa contribuir para a reconceitualização da dramaturgia pós-Segunda Guerra Mundial ao desestabilizar a noção de Teatro do Absurdo a partir da crítica de Michael Y. Bennett (2011). Discute a influência decisiva de Friedrich Nietzsche tanto na trajetória pessoal quanto na prática artística de Jean Genet e propõe uma breve abordagem hermenêutica do texto dramático O balcão, originalmente publicado em 1956. Por um lado, o artigo argumenta que a obra dramática em questão retrata, com inequívoco pessimismo, o sujeito moderno à deriva do niilismo e, por outro lado, põe em relevo o vigor criativo que impeliu Genet a uma trajetória prodigiosa.

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Biografia do Autor

Sergio Melo, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, Santa Catarina/ Brasil

Sergio Nunes Melo é professor associado da UFSC. Graduado em Letras (Inglês-Literaturas) pela UERJ, mestrado em Literaturas de língua inglesa pela UERJ, doutorado em Artes Cênicas pela University of Toronto, pós-doutorado pela University of Glasgow. Ex-roteirsta da TV Globo, ex-professor da UFBA e da British School RJ, trabalha com atuação, dramaturgia, encenação, tradução e filosofia. 

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Publicado

2024-01-19

Como Citar

Melo, S. (2024). Genet, a afirmação de vida e O Balcão. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 33(4), 96–117. https://doi.org/10.35699/2317-2096.2023.44912

Edição

Seção

Dossiê - Formas da Dramaturgia Moderna e Contemporânea