As geografias do vento em Ton beau capitaine, de Simone Schwarz-Bart
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2023.44961Palavras-chave:
Simone Schwarz-Bart, Ton beau capitaine, teatro antilhano, diásporaResumo
Resumo: Escrita e encenada em 1987 durante o Troisièmes Rencontres Caribéennes de Théâtre en Guadeloupe, Ton beau capitaine, de Simone Schwarz-Bart, encena o drama de Wilnor, imigrante haitiano que deixa sua terra natal em busca de uma vida melhor para si e para os seus. Trabalhador precarizado em Guadaloupe, o personagem faz parte dessa “estranha conferência de poetas e de grandes seres humanos” cantados por Patrick Chamoiseau (2017) em Frères migrants. E é por meio do que Paul Gilroy (2012) nomeia como próprio de uma “cultura expressiva” em oposição à tradição iluminista, que separaria arte e vida, que o drama de Wilnor exige do próprio corpo do ator que escreva em gesto e dança o destino de seus frères. O objetivo dessa comunicação é refletir sobre o modo como Schwarz-Bart constrói uma poética cênica em que ausência e presença, segredo e revelação movimentam com delicada violência essas “geografias do vento” ao mesmo tempo constituídas por e constitutivas dos processos de migração de que Chamoiseau nos fala em seu livro.
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