A Fatura poética de A confederação dos tamoios e as ideologias da elite imperial brasileira

Autores

  • Eduardo da Silva de Freitas Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, Rio de Janeiro/Brasil || Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Rio de Janeiro/Brasil Autor https://orcid.org/0000-0002-9771-9913

DOI:

https://doi.org/10.35699/2317-2096.2023.45345

Palavras-chave:

Gonçalves de Magalhães, épica, ideologia, nacionalismo

Resumo

Resumo: Este artigo apresenta uma leitura do épico A confederação dos Tamoios, de Gonçalves de Magalhães, relacionando o poema com algumas visões sobre o Brasil procedentes da elite imperial no momento de sua composição e publicação. Com esse movimento, tem-se a intenção de evitar o juízo de José de Alencar, que pensa a obra apenas como um produto ruim de um poeta inábil, e de recuperar a complexidade da tarefa que Magalhães se impôs. Após colocar a questão e situar Magalhães em seu meio social, o artigo faz uma breve descrição das ideias de sociedade que emergiam das ideologias conservador e liberal moderada, estilizadas no épico, para analisar alguns aspectos importantes da obra. O foco é projetado sobre a invenção do poema, a cena do sonho de Jagoanharo, no canto sexto, e o narrador.

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Biografia do Autor

  • Eduardo da Silva de Freitas, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, Rio de Janeiro/Brasil || Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Rio de Janeiro/Brasil

    Professor Adjunto do Departamento de Letras Clássicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

     

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Publicado

2023-12-20

Como Citar

Freitas, E. da S. de. (2023). A Fatura poética de A confederação dos tamoios e as ideologias da elite imperial brasileira. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 33(3), 186–207. https://doi.org/10.35699/2317-2096.2023.45345