Rilke e a religião poética
uma herança romântica
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2024.46443Palavras-chave:
Octavio Paz, romantismo, Rilke, finitude, poesia, consagraçãoResumo
Partindo da leitura de Octavio Paz, em Os filhos do barro, segundo a qual “a morte de Deus” é um tema romântico, exploramos como esse marco de transformações profundas se desenrola em alguns momentos da obra de Rainer Maria Rilke, especificamente pela exacerbação de um traço que, segundo Paz, provém do romantismo: a ideia da poesia como religião originária, do discurso poético como “concorrente” do religioso, e logo, do poeta como profeta e sacerdote. Agora, entretanto, sem a figura de um Deus claramente preexistente ao homem, algumas reconfigurações tornam-se necessárias. Herdeiro dessa tônica romântica, Rilke figurou um mundo sem esse Deus e um caminho possível para a poesia pela busca interior e pela tentativa de um trabalho poético que, paradoxalmente, partindo da finitude, criasse uma divindade.
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