Leitura e literatura selvagem em Roberto Bolaño como instrumento de emancipação crítica
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2024.49702Palavras-chave:
Roberto Bolaño, rastros, duplos, ditaduras latino-americanas, literatura latino-americanaResumo
Este artigo investiga os elementos de rastros, duplos e alegorias nas obras de Roberto Bolaño, sublinhando sua interconexão e influência na delimitação entre ficção e realidade. Ao analisar romances como Noturno do Chile (2004) e Estrela distante (2009), examina-se como Bolaño utiliza o conceito de duplo para expor aspectos ocultos da história, vinculando-os a eventos políticos traumáticos, especialmente no contexto ditatorial chileno. Além disso, demonstra-se de que esses elementos constituem parte integrante da estrutura psíquica do ser, conforme proposto por Freud. A discussão sobre rastros explora a capacidade de romper camadas superficiais de leitura, convidando os leitores a um percurso emancipatório por meio da história e da literatura latino-americana. A abordagem propõe uma leitura detetivesca e arqueológica, incentivando a exploração de significados ausentes-presentes. Ao examinar os métodos narrativos de Bolaño, o artigo ressalta a importância crítica desses elementos e suas figurações na América Latina contemporânea.
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