Tecnopolíticas da EAD:
plataformas educacionais entre Foucault, Han e Freire
Palavras-chave:
Plataformização da Educação, Psicopolítica, Vigilância AlgorítmicaResumo
O artigo aborda a expansão da Educação a Distância (EAD) no Brasil, impulsionada por políticas públicas e pela plataformização do ensino. O objeto de estudo são as implicações tecnopolíticas, jurídicas e psicossociais desse fenômeno, analisando como a EAD reconfigura as práticas educativas sob uma lógica neoliberal de vigilância, performatividade e mercantilização. O objetivo geral é compreender como as plataformas digitais, com seus sistemas algorítmicos, reestruturam a experiência pedagógica e a subjetividade de alunos e professores. A metodologia utilizada é qualitativa, com abordagem exploratória e crítica, baseada em revisão bibliográfica e análise documental de leis, dados oficiais e produção acadêmica.Os resultados indicam que a plataformização, sob o discurso da democratização, intensifica a precarização do trabalho docente, promove o controle por meio da vigilância algorítmica e gera impactos negativos na saúde mental dos estudantes, como ansiedade e burnout, ao impor uma lógica de autogestão e desempenho contínuo. No entanto, observa-se a resistência de cursos como Direito e Psicologia, que defendem a presencialidade como essencial para a formação ética e crítica. Conclui-se que a EAD, nos moldes atuais, atua como um dispositivo de controle que fragiliza a dimensão humana e crítica da educação. A superação desse modelo exige uma reorientação para um paradigma democrático e dialógico, que utilize a tecnologia para promover o cuidado, a autonomia e a formação de sujeitos críticos, em vez de apenas reproduzir a lógica de mercado.
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