Maloclusão impactou negativamente a qualidade de vida relacionada à saúde bucal de crianças de baixo nível socioeconômico
DOI:
https://doi.org/10.7308/aodontol/2020.56.e09Palavras-chave:
Criança, Má oclusão, Odontopediatria, Qualidade de vidaResumo
Objetivo: Este estudo avaliou se a presença de maloclusão impactou negativamente a qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) de crianças de oito a dez anos de idade de baixo nível socioeconômico.
Métodos: Um estudo transversal foi conduzido com um total de 111 crianças de oito a dez anos de idade selecionadas aleatoriamente em escolas públicas de Diamantina, Brasil. O número de crianças foi determinado por cálculo amostral. Dois examinadores calibrados realizaram exames clínicos bucais para o diagnóstico de maloclusão, experiência de cárie dentária e lesões dentárias traumáticas após o Índice de Estética Dental (DAI), Organização Mundial da Saúde (OMS) e classificação de Andreasen, respectivamente. A versão brasileira do Child Perceptions Questionnaire (CPQ8-10) foi aplicada para avaliar a QVRSB. Foram realizadas análises descritivas e bivariadas (p < 0,05).
Resultados: As crianças tinham média de idade de 8,89 ± 0,82 anos, sendo 52,3% do sexo feminino. A prevalência de maloclusão foi de 62,2%. Foram encontradas diferenças significativas nos escores das subescalas de bem-estar emocional (p = 0,045) e social (p = 0,017), como também nos escores totais do CPQ8-10 (p = 0,022) entre crianças com e sem maloclusão.
Conclusão: A presença de maloclusão impactou negativamente a QVRSB de crianças de oito a dez anos de idade de baixo nível socioeconômico.
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