A doença cárie como preditora de cárie em dentes decíduos e permanentes
Palavras-chave:
Cárie dentária, Fatores de risco, Dentição primária, Dentição permanenteResumo
Vários sinais têm sido relacionados como preditores de cárie nos dentes decíduos e permanentes. Dieta cariogênica e ausência de higienização são fortemente relacionados com a presença de cárie dentária, mas a cárie em dentes decíduos tem sido apontada como forte preditora da doença nos dentes permanentes. O presente trabalho teve como objetivo relacionar a cárie nos dentes decíduos anteriores como preditora de cárie nos molares decíduos, e estes como preditores de cárie nos primeiros molares permanentes. Cento e vinte e cinco pacientes com idades entre 2 e 10 anos (média=4,7), de ambos os gêneros, atendidos na Clínica de Odontopediatria de uma Instituição de Ensino Superior particular, foram examinados em relação ao CPOD e CEO-d. Foi observado que 73,33% das crianças que apresentavam lesão cariosa nos molares decíduos possuíam cárie nos dentes decíduos anteriores (p=0,001), enquanto que 86,40% das que apresentavam cárie nos molares permanentes já possuíam a doença nos molares decíduos (p=0,004). Não houve relação significativa entre dentes decíduos anteriores obturados e cárie nos dentes decíduos posteriores (p=0,099), e entre restaurações em molares decíduos e cárie em molares permanentes (p=0,096). De acordo com a metodologia empregada, concluiu-se que a presença de doença cárie nos dentes decíduos anteriores é preditora da doença nos molares decíduos, e estes são preditores de cárie em primeiros molares permanentes, ficando clara a importância da conscientização quanto à prevenção ou controle de lesões em estágio inicial.
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