Análise radiográfica da dentição decídua após traumatismo alveolodentário

Resumo

Este estudo visa identificar as sequelas radiográficas em dentes decíduos e seus tecidos de suporte, após traumatismo alveolodentário. Foram realizadas tomadas radiográficas logo após o traumatismo alveolodentário e duas radiografias subsequentes, executadas com intervalo de cerca de seis meses, em 116 dentes pertencentes a 65 pacientes, na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas, Brasil. Nas cento e noventa e cinco radiografias foram analisadas a posição do dente, o espaço do ligamento periodontal, a integridade radicular, o osso alveolar e a luz do canal radicular. Os dados foram apresentados como frequências simples e percentuais, sendo que o teste de Wilcoxon (p<0,05) foi utilizado para detectar diferenças entre as imagens radiográficas. A alteração do espaço do ligamento periodontal e a reabsorção radicular patológica foram os achados mais frequentes, apesar de apresentarem diferentes evoluções. O espessamento do espaço do ligamento periodontal, o qual foi diagnosticado em 35,6% das radiografias iniciais, foi visualizado em 15,1% das radiografias finais. A reabsorção radicular patológica variou de 9,6%, das tomadas radiográficas iniciais, para 35,8% das finais. Enquanto a reabsorção óssea alveolar predominou nos casos de intrusão, e a obliteração do conduto radicular nos casos de concussão e subluxação; a alteração da posição dentária ocorreu com maior frequência nas intrusões e luxações laterais/extrusões. Concussão, subluxação e intrusão foram os tipos de traumatismos alveolodentários mais frequentemente associados às sequelas durante o período de análise da amostra. A apresentação das sequelas radiográficas, decorrentes do traumatismo alveolodentário na dentição decídua, é diversificada. Identificar a correlação dos achados radiográficos com o tipo de traumatismo auxilia o profissional a estabelecer o prognóstico e plano de tratamento de acordo com cada tipo de trauma.