Incorporação da técnica de restauração atraumática por equipes de saúde bucal da atenção básica à saúde do Recife/PE

Autores

  • Cleiton Tiago Carneiro da Silva Universidade Federal de Pernambuco Autor
  • Márcia Maria Dantas Cabral de Melo Universidade Federal de Pernambuco Autor
  • Cíntia Regina Tornisiello Katz Universidade Federal de Pernambuco Autor
  • Elaine Judite de Amorim Carvalho Universidade Federal de Pernambuco Autor
  • Fábio Barbosa de Souza Universidade Federal de Pernambuco Autor

DOI:

https://doi.org/10.7308/aodontol/2018.54.e06

Palavras-chave:

Atenção Primária à Saúde, Saúde Bucal, Cimentos de Ionômeros de vidro, Cárie dentária

Resumo

Objetivou-se analisar aspectos referentes ao emprego da Técnica de Restauração Atraumática (TRA) nas atividades dos Cirurgiões-Dentistas (CDs) da Atenção Básica à Saúde (ABS) do Recife, no Distrito Sanitário IV, planejadas para o controle e tratamento da cárie dentária. Promoveu-se uma caracterização do perfil profissional e sobre aspectos relacionados ao emprego da técnica. Tratou-se de um estudo observacional de caráter descritivo. A amostra foi o universo dos CDs (23), que estavam em exercício profissional em 23 unidades de saúde do Distrito Sanitário IV, no primeiro semestre de 2017. Para a coleta de dados foi elaborado um questionário estruturado submetido à validação e foi aplicado face a face. A análise de dados realizou cálculos de estatística descritiva. Foram calculadas a distribuição de frequência absoluta e relativa das variáveis estudadas. Apenas dois dentistas não foram entrevistados por estarem afastados do trabalho, isto significou em uma perda de 8,69%. Prevaleceu entre os entrevistados a idade de 41 a 57 anos (52,83%); e o sexo feminino (80,95%); 80,95% ingressaram na ABS por concurso; 90,48% possuíam pós-graduação, sendo 80,95% na especialidade Saúde da Família. A maioria afirmou utilizar a TRA e que a ABS recomenda o uso (85,75%). A técnica era utilizada para restaurações provisórias e definitivas (61,11%) e quase 50% dos entrevistados relataram que a qualidade do produto interferia na execução, duração e adesão das restaurações. Os CDs indicaram a TRA para diferentes idades e condições de vida, onde prevaleceu o uso para crianças (42,86%) e gestantes (42,86%). A grande maioria dos CDs se declarou habilitado, mas com necessidade de capacitação (95,24%). Conclui-se que a TRA é indicada e está incorporada às práticas de cuidados da maioria dos entrevistados, contudo investimentos em educação permanente dos profissionais e provimento de material recomendado para o uso eficaz da técnica devem ser planejados.



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Publicado

2023-03-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Incorporação da técnica de restauração atraumática por equipes de saúde bucal da atenção básica à saúde do Recife/PE. (2023). Arquivos Em Odontologia, 54. https://doi.org/10.7308/aodontol/2018.54.e06

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