Um sopro de vida, de Clarice Lispector

entre o movimento da escrita e a fixidez editorial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2238-3824.2024.54940

Palavras-chave:

Um sopro de vida, Clarice Lispector, manuscrito, edição, autoria

Resumo

Este texto avalia o impacto causado pela leitura do manuscrito de Um sopro de vida, de Clarice Lispector, invocando a noção de produção de presença formulada por Hans Gumbrecht. O movimento da escrita e a indisciplina dos fólios autógrafos contrastam com a fixidez editorial do livro. Por se tratar de publicação póstuma, questiona-se não só o estatuto da participação de Olga Borelli, mas também a omissão ocasional dos créditos dessa participação. Faz-se o cotejo entre algumas edições de Um sopro de vida com o objetivo de se examinar variações e constantes. Ao final, destaca-se a importância do trabalho a ser realizado para materializar edições diversas que busquem preservar o caráter fragmentário e inconcluso do livro, aproximando-se do movimento da escrita de Clarice.

Biografia do Autor

  • Alex Keine de Almeida Sebastião, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) | Belo Horizonte | MG | BR

    Doutor em Letras: Estudos Literários - Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG.

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Publicado

2024-12-12

Edição

Seção

Dossiê: Materialidade dos textos e transmissão literária

Como Citar

Um sopro de vida, de Clarice Lispector: entre o movimento da escrita e a fixidez editorial. (2024). Caligrama: Revista De Estudos Românicos, 29(3), 200–220. https://doi.org/10.35699/2238-3824.2024.54940