foram submetidos à observação visual por pessoas treina-
das,
em sistema de revezamento, dispostas de maneira a
não
incomodar os animais, por vinte e quatro horas, uma vez ao
longo do período de coleta. No período noturno, o
ambiente
recebeu iluminação artificial, e as luzes foram mantidas
acesas durante cinco dias antes da avaliação para promover
a adaptação dos animais às luzes. Foram verificados, a cada
cinco minutos, se os animais estavam ingerindo alimento ou
água separadamente (ING), e se estavam em ruminação
(RUM), ócio (ÓCIO), de acordo com a metodologia
proposta por Fischer et al. (1998).
tratamentos e cinco repetições. Já para glicemia conside-
rou-
se delineamento inteiramente ao acaso com parcela
subdivida, onde nas parcelas ficaram os tratamentos e nas
sub parcelas os horários de coleta, sendo estes con-
siderados medidas repetidas no tempo. Esta variável foi
testada para a condição de esfericidade, que não foi aceita.
Portanto, utilizou-se a análise de modelos mistos, em que
foram avaliadas todas as estruturas de covariâncias (S)
disponíveis no pacote do software SAS (SAS INSTITUTE,
2012) que modelam a dependência dos erros do modelo.
Para
selecionar a estrutura de covariâncias que melhor explique a
correlação residual, foi utilizado o critério de informação de
Akaike (AIC), sendo escolhida, para cada variável, a estrutura
que resultou no menor valor de AIC após a análise (Silva et
al., 2015).
Os cálculos das atividades foram feitos em minutos
por
dia, admitindo que, nos cinco minutos subsequentes a cada
observação, o animal permaneceu na mesma ati- vidade. Já o
tempo total gasto em mastigação (MAST) foi determinado
somando-se os tempos gastos em inges- tão (ING) e
ruminação (RUM). As eficiência de ingestão (EIng),
mastigação (EMast) e ruminação (ERum) foram obtidas
segundo POLLI et al. (1996), de acordo com as equações:
EIng (g min-1) = CMS/Tal; EMast (g min-1)
= CMS/Tmast e ERum (g min-1) = CMS/Trum; em que CMS
é consumo de MS (g MS dia-1), Tal é o tempo de
alimentação (min dia
-1
), Tmast é o tempo em mastigação
(min
dia-1) e Trum é o tempo em ruminação (min dia-1).
Todos dados foram testados quanto a normali- dade
(Shapiro e Wilk, 1965) e homocedasticidade (Le-
vene,
1960) das variâncias dos tratamentos. As variáveis normais e
com variâncias homogêneas foram submetidas
a análise de
regressão, tendo como fator regressor o percentual do
Foragge®65%. Nesta análise, observou-se
a significância dos
efeitos linear, quadrático e não signifi- cância da falta de ajuste
do modelo, sendo a probabilidade
de erro tipo I utilizada para
tomada de decisão 5%. Os dados referentes ao escore fecal
foram analisados por estatística não paramétrica, através do
teste de Kruskal e Wallis (1952) seguido pelo procedimento
de Conover
(1980) com nível de significância de 5% de
probabilidade
de erro tipo I.
As coletas de sangue para avaliação dos com-
ponentes bioquímicos foram feitas no primeiro, terceiro e
quinto dia (no cálculo estatístico considerou-se a mé- dia
desses três dias), sempre antes do fornecimento da primeira
alimentação. Para avaliação dos componentes bioquímicos
foram feitas colheitas de sangue por ve- nopunção da
jugular com auxílio de tubos Vacutainer® sem
anticoagulante. Os componentes bioquímicos para
determinação do metabolismo energético foram: triglice-
rídeos e colesterol; e para determinação do metabolismo
proteico foram: proteína total (PT), ureia, albumina, ácido
úrico e creatinina.
O consumo de matéria seca (CMS) foi influen-
ciado pela inclusão do volumoso extrusado na dieta dos
animais (Tabela 2). O CMS (kg/dia) apresentou resposta
linear
positiva, enquanto o CMS/PC e CMS/PC0,75 apre- sentaram
resposta quadrática em função do aumento na inclusão do
Foragge® 65%. Esse aumento nos índices de CMS,
apresentado na tabela 2, é explicado por meio das
características físicas e digestivas do Forrage® 65%, ou seja,
o tamanho das partículas e as características atribuídas a
fibra pelo processo de extrusão.
Para a avaliação glicêmica a primeira coleta foi
feita no 6º dia de coleta, às 8h (antes da primeira refeição),
11h, 14h, 17h e às 20h. No dia da avaliação glicêmica a
segunda refeição somente foi ofertada após a colheita das
20h. As amostras foram coletadas por ve- nopunção da
jugular com auxílio de tubos Vacutainer® de 5 ml contendo
fluoreto e EDTA, sendo devidamente identificados para
cada animal.
Segundo Mertens (1992) uma das vertentes
utilizadas para se explicar a regulação do consumo pe- los
animais são os aspectos relacionados ao alimento (nível
energético, capacidade de enchimento ruminal e teor
nutricional). Logo, entendemos que o processo de extrusão
é responsável pelo aumento significativo no CMS. E, os
fatores que podem explicar são: as partículas do volumoso
extrusado são menores (2 mm em média) que as da silagem
de milho e mais homogêneas, isso torna a apreensão do
alimento mais fácil pelos animais e reduz o efeito de
seletividade do alimento; as mudanças que ocorrem na
matéria prima durante o processo de extrusão, como
gelatinização do amido e desnaturação das proteínas, o que
torna o alimento mais prontamente digerido no rúmen.
As amostras de sangue coletadas foram centri-
fugadas a 3000 rotações por minuto durante 10 minu- tos,
sendo os soros separados em alíquotas, guardados em
microtubos e armazenados em freezer a -5°C para posterior
análise laboratorial. Todas as amostras foram processadas
em analisador bioquímico automatizado Bioplus 2000
(Bioplus©, Barueri-SP, Brasil), usando kit comercial da Lab
Test (Labtest Diagnóstica S. A., Lagoa Santa-MG, Brasil).
Para a maioria das variáveis analisadas utilizou-se
o
delineamento inteiramente casualizado com quatro
Cad. Ciênc. Agrá., v. 12, p. 01–09, https://doi.org/10.35699/2447-6218.2020.19833