Resposta do crambe cultivado em diferentes espaçamentos e populações de plantas em três
épocas de
semeadura
Paulo Henrique Cavazzini
1
*, Alfredo Richart
2
Doi: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2021.35721
Resumo
A cultura do (Crambe abyssinica) destaca-se como matéria-prima em potencial para formulação de biocombustíveis,
ganhando espaço entre fontes de energias renováveis, além da aptidão para rotação de culturas e cobertura verde. Objetivou-
se avaliar a resposta produtiva do crambe quando cultivado em diferentes espaçamentos e populações de plantas em
distintas épocas de semeadura na região oeste do Paraná. Delineamento experimental foi de blocos casualizados, esquema
fatorial 3x3x4, com três épocas de semeadura, três espaçamentos (17, 34 e 51 cm) e quatro densidades de plantas (60, 90, 120
e 150 plantas m2), com três repetições, perfazendo 108 parcelas, apresentando
cada parcela 24 m
2
. A cultivar utilizada foi a
‘FMS Brilhante’. Os parâmetros avaliados foram: altura de planta, número
de racemos por planta, comprimento médio dos
racemos por planta, número de frutos por planta, mero de frutos por racemo e produtividade. A semeadura do crambe
realizada em 26/04/2013 foi a que proporcionou melhores resultados. A população de 90 plantas m2 favoreceu o melhor
crescimento e frutificação de planta. O espaçamento entre linhas de 51 cm apresentou melhores respostas para produtividade.
O emprego de maiores espaçamentos com densidades de plantas medianas, conciliadas a semeaduras precoces, favoreceram as
características morfológicas e produtivas da planta crambe.
Palavras-chave:
Crambe abyssinica. Rotação de culturas. Tratos culturais.
Response of crambe cultivated in different spacing and plant populations in three seeding
seasons
Abstract:
The cultivation of (Crambe abyssinica) stands out as a potential raw material for the formulation of biofuels, gaining space
among renewable energy sources, in addition to the aptitude for crop rotation and green coverage. The aim of this study was
to evaluate the productive response of crambe when cultivated at different spacings and plant po- pulations at different sowing
times in the western region of Paraná. The experiment was arranged in a randomized block design, factorial 3x3x4, with three
sowing times, three spacings (17, 34 and 51 cm) and four plant densities (60, 90, 120 and 150 plants m²), with three
replications, totaling 108 parcels, each parcel presenting 24 m². The cul- tivar used was ‘FMS Brilhante’. The parameters
evaluated were: plant height, number of racemes per plant, average length of racemes per plant, number of fruits per plant,
number of fruits per raceme and yield. The sowing of crambe carried out on 26/04/2013 provided the best results. The
population of 90 plants m² favored the best plant growth and fruiting. The 51 cm spacing between rows showed better
responses for productivity. The use of larger spacing with medium plant densities, combined with early sowing, favored the
morphological and productive characteristics of the crambe plant.
Key-words:
Crambe abyssinica. Crop Rotation. Cultural treatments.
1Universidade Católica do Paraná, Campus Toledo. Toledo, PR. Brasil.
https://orcid.org/0000-0002-0277-9332
2Universidade Católica do Paraná, Campus Toledo. Toledo, PR. Brasil.
https://orcid.org/0000-0001-6734-3153
*Autor para correspondência: paulo_cavazzini@hotmail.
CADERNO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
Agrarian Sciences Journal
2
Cavazzini, P. H. e Richart, A.
Introdução
A cultura do crambe (Crambe abyssinica Hochst.)
é
uma oleaginosa pertencente à família das crucíferas, a
mesma da colza e canola. Originário da região quente e seca
da Etiópia foi posteriormente adaptado a regiões mais frias
do Mediterrâneo. Em virtude da sua origem, tolera bem a
seca e o frio, sendo indicado para plantios de outono/inverno
no Brasil. Com ciclo relativamente curto, em média 90 dias,
representa uma excelente al- ternativa para a segunda safra
(Knights, 2002; Machado et al., 2007).
Pitol et al. (2010) sugere espaçamentos mais
reduzidos entre 17 a 20 cm, visando o fechamento com
maior eficiência das ruas de plantio, gerando uma me- nor
incidência de plantas daninha, tendo em vista o não emprego
de herbicidas seletivos para o controle de folha
larga na cultura
do crambe. Porém, em estudos desenvol-
vidos por Roscoe et
al., 2010, a produtividade não sofre
grandes variações em
detrimento da utilização de maiores espaçamentos e densidade
de plantas levemente reduzido, devido, em condições
apropriadas, conseguir compensar
o menor número de plantas
por metro quadrado através
de um bom engalhamento,
evitando assim o acamamento
em condições muito favoráveis
ao desenvolvimento da cultura.
O cultivo do crambe no Brasil se deu início a
partir
da década de 90, através da cultivar FMS Brilhante, introduzida
e comercializada pela Fundação MS no Mato
Grosso do Sul.
Inicialmente se tinha como objetivo utili- zar esta cultura
como cobertura de solo e forrageira de inverno em regiões
do cerrado, entretanto, com a busca por novas alternativas
energéticas e com os incentivos governamentais para
produção de biocombustíveis, o crambe se tornou uma nova
opção para este seguimento
(Pitol et al., 2010).A produção
média do crambe varia de
1000 a 1500 kg por hectare, mas
tendo capacidade de atingir produções maiores em
condições de solo e clima favoráveis. Apresenta potencial
médio de óleo extraído em torno de 570 kg por hectare
(Plein, 2010).
Em detrimento ao fácil emprego em culturas
anuais, como por exemplo, a soja, o espaçamento entre
linhas de 45 cm são comumente utilizado na semeadura do
crambe, porém ainda não se tem respostas precisas perante
eficiência da implantação de tamanhos espa- çamentos
como também em relação às densidades de plantas a serem
empregadas (Jadoski et al., 2000).
Diante dos desafios encontrados para o correto
posicionamento da cultura do crambe no oeste paranaen-
se,
este trabalho tem como objetivo avaliar a resposta produtiva
da cultura do crambe quando cultivado em diferentes
espaçamentos e populações de plantas em
distintas épocas de semeadura na região oeste do Paraná.
Por se tratar de uma cultura pouco conhecida
comercialmente, praticamente não se dispõe, ainda, de
informações técnicas suficientes para a plena exploração do
seu cultivo intensivo. Assim, com o início da produção
comercial de suas sementes no país, surgiu a necessidade
da
realização de pesquisas na área de tecnologia e pro- dução.
Material e Métodos
Um dos pontos principais da cultura é a densida-
de
de plantas a ser aplicada, visto que, este aspecto está
intrinsecamente relaciona a maneira como a planta irá se
comportar, tanto se objetivando a altura da mesma, como na
competição por nutrientes e na distribuição de
fotoassimilados. Entre as recomendações mais significati-
vas
na implantação da cultura, se enquadra a adequação do
estande em relação à população e espaçamento de plantas,
interferindo significativamente na absorção de água,
nutrientes, radiação solar, além da arquitetura e
microclima estabelecido pela cultura (Grafton et al., 1988;
Cordeiro, 1999).
O trabalho foi conduzido na unidade experimental
do
curso de Agronomia da Pontifícia Universidade Cató- lica do
Paraná, campus Toledo, região Oeste do Paraná, localizada a
24°43’ 11’’ S e 53°46’ 43’’ O, com altitude de
571 m. Com
base na classificação climática de Köeppen, o clima da região é
do tipo subtropical úmido mesotérmico,
com verões quentes,
sem estações secas e com poucas geadas. A média de
temperatura do mês mais quente é superior a 22°C e a do
mês mais frio é inferior a 18°C
(Caviglione et al., 2000).
Durante o período de condução
do experimento, foram
coletados os dados climáticos de soma térmica e precipitação
pluviométrica ocorridas no período, conforme apresentado
na Tabela 1. O solo da unidade experimental foi
classificado como Latossolo Vermelho Distroférrico típico,
textura muito argilosa e relevo suave ondulado (Embrapa,
2006).
Dentre algumas especificações para que se obte-
nham boas produtividades, Roscoe e Delmontes (2008)
recomendam a implantação da cultura com densidade de
plantio entre 70 a 140 plantas por m2 e espaçamento
entre
linhas por volta de 17 a 45 cm, entretanto para que
se atinjam
níveis satisfatórios de produção, é necessário
que se tenha
solo com boa fertilidade e preferencialmente que apresentem
boas quantidades de matéria residual de
culturas antecessoras,
principalmente das empregadas durante o cultivo de verão,
ampliando assim o potencial produtivo da cultura.
Para avaliar a resposta do crambe a densidade de
plantas e ao espaçamento na entrelinha, foi utilizado o
delineamento experimental em blocos casualizados, em
esquema fatorial 3 x 3 x 4, constando de três épo- cas de
semeadura (26/04; 06/05 e 20/05/2013), três espaçamentos
na entrelinha (17, 34 e 51 cm) e quatro
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Resposta do crambe cultivado em diferentes espaçamentos e populações de plantas em três épocas de semeadura
densidades de plantas (60, 90,120 e 150 plantas m2), com
três repetições, perfazendo 108 parcelas, sendo a área de
cada parcela de 24 m2 (4 x 6 metros). Para isto, foi utilizado
o cultivar de crambe ‘FMS Brilhante’. A adubação de base
foi constituída de 40 kg ha-1 de N,
100 kg ha-1 de P2O5 e 100 kg ha-1 de K2O. Em cobertura,
foram adicionados na forma de uréia 160 kg ha-1de N,
totalizando 200 kg ha-1 de N, a qual foi realizada 20 dias após
emergência das plantas (DAE).
Tabela 1 Dados climatológicos (soma térmica acumulada e pluviosidade) coletados durante os períodos de cultivo do crambe
na estação meteorológica do curso de Agronomia, campus Toledo - PR.
Soma térmica acumulada em cada época
Pluviosidade
Datas
26/04
06/05
20/05
Total
oC dia
mm
37,0
106,4
178,0
92,8
17,0
254,0
64,0
01,6
24,4
03,6
06,2
00,0
28,8
0,40
75,2
22,3
26/04 04/05
05/05 14/05
15/05 24/05
25/05 04/06
05/06 14/06
15/06 24/06
25/06 04/07
05/07 14/07
15/07 24/07
25/07 04/08
05/08 14/08
15/08 24/08
25/08 03/09
04/09 13/09
14/09 23/09
24/09 26/09
185,2
150,3
166,8
169,2
166,8
129,6
152,6
176,3
107,5
177,9
143,6
156,0
130,0
55,1
(3)
-
-
-
135,3(1)
166,8
169,2
166,8
129,6
152,6
176,3
107,5
177,9
143,6
156,0
130,0
213,7
-
-
-
-
85,0(2)
169,2
166,8
129,6
152,6
176,3
107,5
177,9
143,6
156,0
130,0
213,7
168,5
50,4
Total (°C)
2.066,9
2.025,3
2027,1
Total (mm)
813,8
764,8
607,7
1soma térmica acumulado do 06/05 (data de semeadura) até o 14/05; 2 soma térmica acumulado do 20/05 (data de semeadura) até o 24/05; 3
soma térmica acumulado do 04/09 até 06/09 (data da colheita).
Quanto aos tratos culturais, não foi necessário
aplicação de defensivos para o controle de pragas e doen- ças
ao longo do ciclo da cultura. Porém, se fez necessário
o
controle de plantas daninhas, o qual, foi realizado por meio
de capina manual no início do ciclo vegetativo da cultura.
(NFR), obtidos dividindo-se NFP por NRP e produtividade
de
grãos, em gramas planta-1 (PROD).
Os caracteres morfológicos AP e CMRP foram
mensurados com o auxílio de fita métrica, medindo-se a
distância entre o nível do solo e o ápice da planta (AP) e
a
distância média entre o nó e a extremidade dos racemos por
planta (CMRP), utilizando-se para a mensuração dos
demais
caracteres o uso de contagem manual e balança de precisão.
No momento da colheita, foram selecionadas cinco
plantas por parcela e mensurados os seguintes caracteres
morfológicos: altura de planta em cm (AP), número de
racemos por planta (NRP) e comprimento médio dos
racemos por planta em cm (CMRP). Também foram
avaliados os caracteres produtivos: mero de frutos por
planta (NFP) e número de frutos por racemo
Os dados obtidos em cada época de semeadura
foram tabulados e submetidos a análise de variância e
comparados entre si pelo teste de médias Tukey a 5% de
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Cavazzini, P. H. e Richart, A.
probabilidade. Para a realização das análises estatísticas
utilizou-se o software SISVAR (Ferreira, 2003).
de racemo por planta (CMRP), número de racemos por
planta (NRP), número de frutos por racemo (NFR) e
número de frutos por planta (NFP) em função das três
épocas de semeadura no município de Toledo - PR, como
mostra a Tabela 2. No entanto, não foram obtidas res-
postas significativas (p<0,05) para altura de planta (AP)
nas
diferentes épocas de semeadura estudadas (Tabela 2).
Resultados e Discussão
De forma geral, observa-se que ocorreram di-
ferenças significativas (p<0,05) para as características
morfológicas da planta de crambe: comprimento médio
Tabela 2 Resultados médios para altura de planta (AP), comprimento médio de racemo por planta (CMRP), número de
racemos por planta (NRP), número de frutos por racemo (NFR) e número de fruto por planta (NFP) de crambe
cultivado em diferentes épocas de semeadura no município de Toledo - PR.
Época de
semeadura
AP
CMRP
NRP
NFR
NFP
Produtividade
cm
kg ha-1
800,0 a
720,0 a
600,0 a
26/04
06/05
20/05
114,0 a
117,3 a
111,5 a
42,9 b
48,7 a
39,9 b
16,1 a
12,2 b
13,7 b
47,8 a
56,7 a
34,6 b
779,1 a
713,9 a
497,5 b
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Para a característica morfológica AP, observa-se que
os valores máximos foram de 114,0; 117,3 e 111,5 cm,
respectivamente, para as épocas 26/04, 06/05 e 20/05/2013
(Tabela 2). Constata-se que a semeadura realizada no dia
20/05 foi a que proporcionou o menor crescimento das
plantas de crambe. Possivelmente, as condições climáticas
(Tabela 1) ocorridas ao longo do experimento,
principalmente os períodos de temperatu- ras inferiores a
5°C, interferiram de forma negativa no crescimento e
desenvolvimento da planta de crambe,
justificando assim, as
menores AP. Resultados semelhantes
foram obtidos nos
trabalhos de avaliação de desenvol- vimento das plantas de
crambe realizado por Meijer e Mathijssen (1996).
ra que acabaram por influenciar o crescimento da planta,
favorecendo a maior emissão de racemos ao longo desta
época. No entanto, a época de semeadura que propor-
cionou resultados mais expressivos foi a efetuada no dia
06/05, mas o diferindo-se significativamente (p>0,05) da
época 26/04, com 56,7 e 47,8 respectivamente (Tabela
2).
Valores esses que provavelmente podem ser expli-
cados pelo maior comprimento de racemos apresentados
pelas
plantas destas épocas, as quais podem ter acabado
por
influenciar nos resultados obtidos para este item. Vale
destacar
que, os fatores nutrição da planta e clima (tem- peratura e
precipitação pluviométrica) proporcionaram maior NRP.
Com relação ao CMRP, verifica-se que os maiores
crescimentos foram obtidos com a semeadura do cram- be
na data de 06/05, o qual foi de 48,7 cm (Tabela 2).
Provavelmente este comportamento se deve as melhores
condições de desenvolvimento das plantas de crambe du- rante
o período em questão, apresentando características de
temperatura e principalmente, pluviosidade favoráveis
ao
estabelecimento e desenvolvimento da cultura.
Para o componente NFP, constata-se de que a
semeadura realizada na data de 20/05 foi a que pro-
porcionou o menor resultado, com 497,5 (Tabela 2).
Porém,
ocorreram diferenças significativas (p<0,05) nas
demais
épocas 26/04 e 06/05, com valores de 779,1 e
713,9
respectivamente. Possivelmente este fato se deve as baixas
temperaturas (inferiores a 5°C) ocorridas durante
o
desenvolvimento da cultura. Fato o qual também foi
visualizado em trabalho visando definir a temperatura basal
da canola realizado por Morrinson et al. (1989).
Fato parecido a este pode ser visualizado em
trabalhos visando a irrigação de mamona realizado por
Freitas et al. (2010) e Souza et al. (2007), nos quais,
observaram que por meio da utilização do sistema de
irrigação se alcançaram resultados favoráveis tanto para
comprimento de racemos por planta como também, para
número de racemos emitidos pelas plantas.
Para a produtividade, verifica-se que as melhores
respostas foram alcançadas pela época 26/04, com 800 kg
ha-1 (Tabela 2). Observando-se que à medida que se
prolongou as épocas de semeadura, concomitantemente,
reduziu-se a produtividade. Respostas que, provavelmen- te,
podem estar relacionadas às interferências do ambiente
(clima)
sobre o desenvolvimento e consequente produ- tividade das
plantas, visto que no decorrer das épocas,
apresentaram-se
temperaturas mínimas muito acentuadas,
Para NRP, observa-se que as melhores respostas
obtidas foram para a semeadura do dia 26/04, destacan-
do-se
das demais com 16,1 (Tabela 2). Estes resultados
podem ser
atribuídos ao fato das condições de temperatu-
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Resposta do crambe cultivado em diferentes espaçamentos e populações de plantas em três épocas de semeadura
com ocorrência de geadas fortes, principalmente sobre as
duas
últimas épocas de semeadura, prejudicando assim a floração
e posterior formação dos grãos. Resultados semelhantes
foram observados por Roscoe et al. (2010),
verificaram maior
sensibilidade da cultura as baixas tem- peraturas durante a fase
de florescimento, ocasionando o
abortamento das flores e
resultante queda na produção.
Para a característica AP, observa-se que os valores
foram de 116,4; 114,2; 113,4 e 113,1 cm, respectivamente
população de 60, 90, 120, 150 plantas por m2 (Tabela 3).
Constata-se de que a população de 150 plantas por m2 foi a
que proporcionou o menor crescimento de plantas.
Provavelmente, este comportamento se deve ao fato de a
maior densidade de plantas gerar aumento na competição
por nutrientes, interferindo no crescimento e ocasionando
uma menor altura do estande final de
plantas. Esta pequena
diferença entre populações mostra
que a planta pode ser capaz
de atingir certa estabilidade na competitividade, como
relatado por Adams e Weaver (1998), verificaram que as
adequações das plantas a determinadas densidades de
plantio.
Quanto ao efeito geral da população de plantas
estudada, verifica-se que não ocorreram diferenças sig-
nificativas (p<0,05) para as características morfológicas da
planta de crambe: altura de planta (AP), comprimento médio de
racemo por planta (CMRP), número de racemo
por planta
(NRP), número de frutos por racemo (NFR) e
número de
frutos por planta (NFP) em função das quatro populações de
plantas no município de Toledo - PR, como
mostra a Tabela 3.
Tabela 3 Resultados médios para altura de planta (AP), comprimento médio de racemo por planta (CMRP), número de
racemos por planta (NRP), número de frutos por racemo (NFR) e número de fruto por planta (NFP) em função da
população de plantas de crambe cultivado no município de Toledo - PR.
População
(plantas m
-2
)
Produtivi-
dade
AP
CMRP
NRP
NFR
NFP
cm
kg ha-1
740,0 a
780,0 a
620,0 a
680,0 a
60
90
120
150
116,4 a
114,2 a
113,4 a
113,1 a
45,1 a
43,7 a
43,1 a
43,6 a
14,8 a
14,3 a
13,4 a
13,6 a
47,1 a
50,8 a
43,2 a
44,5 a
700,7 a
729,0 a
590,0 a
634,3 a
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Quanto ao CMRP, verifica-se que a densidade de 60
plantas por m
2
foi a que proporcionou os maiores cres-
cimentos, o qual foi de 45,1 cm (Tabela 3). Possivelmente
esta
leve variação perante os demais, se deve ao fato de as
menores densidades de planta proporcionar melhores
condições para o estabelecimento e desenvolvimento das
plantas, contribuindo para melhores condições de compe-
titividade e distribuição de fotoassimilados entre plantas.
Resultados semelhantes também foram visualizados por
Pitol
et al. (2010), constatando-se a capacidade da planta
em
compensar a baixa densidade com o acréscimo do número
de racemos por planta.
conseguirem estabelecer um melhor arranjo e preenchi-
mento mais favorável do espaço, fazendo com que se venha
a conseguir condições de ambiente e microclima mais
favorável para as características aqui debatidas. A
estabilidade e adaptabilidade das plantas para a produção
de
grãos estão comumente ligadas ao ajuste da popula- ção de
plantas para cada genótipo avaliado (Shahin e Valiollah,
2009; Silveira et al., 2010).
Quanto a produtividade, verifica-se que os
resultados encontrados foram de 780, 740, 680 e 620 kg ha-
1, respectivamente, para as populações de 90, 60, 150 e 120
plantas por m2 (Tabela 3). Constata-se que a população de 90
plantas por m2 foi a que proporcionou o melhor resultado.
Provavelmente, a melhor resposta encontrada se deve ao
melhor arranjo espacial das plan-
tas, favorecendo a melhor
adaptabilidade e florescimento
das mesmas, acarretando em
maior produtividade. Fato
semelhante também foi relatado por
Roscoe e Delmontes (2008), os quais, relataram melhores
produtividades com
populações em torno de 100 plantas por
m2.
Com relação ao NRP, contata-se de que a densi- dade
de 60 plantas por m
2
, da mesma forma que o CMRP,
foi a que
proporcionou os melhores resultados, com 14,8 (Tabela 3).
Provavelmente estes resultados podem
estar relacionados aos
mesmos critérios debatidos para a
característica CMRP, os
quais acabam sendo favorecidos pelas menores densidades
de plantas.
Para NFR e NFP, observa-se que as melhores res-
postas foram alcançadas com a população de 90 plantas por
m2, respectivamente com valores de 50,8 e 729,0 (Tabela
3). Possivelmente estes melhores resultados apresentados
podem vir a se dever ao fato das plantas
Para o efeito geral dos espaçamentos de entre linha
avaliados, constata-se que ocorreram diferenças
significativas (p<0,05) para as características morfo-
lógicas da planta de crambe: comprimento médio de
Cad. Ciênc. Agrá., v. 13, p. 0112, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2021.35721
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Cavazzini, P. H. e Richart, A.
racemo por planta (CMRP), número de frutos por racemo
(NFR) e número de frutos por planta em função dos três
espaçamentos na entrelinha no município de Toledo - PR,
como mostra a Tabela 4. Entretanto, não foram obtidas
diferenças significativas (p<0,05) para altura de planta (AP)
e número de racemo por planta (NRP) nos diferen- tes
espaçamentos na entrelinha empregados (Tabela 4).
34 e 51 cm (Tabela 4). Verifica-se que o espaçamento na
entrelinha de 51 cm foi o que proporcionou o menor
crescimento das plantas de crambe. Possivelmente, em
virtude de espaçamentos maiores aumentou-se a partição de
fotoassimilados direcionados aos racemos, ocasionando melhor
desenvolvimento das plantas no plano horizontal quando
comparado aos demais espaçamentos, justificando assim, as
menores AP. Este comportamento foi observado
por Rambo et
al. (2003) em soja.
Para AP, observa-se que os valores foram de 115,1;
116,7 e 111,1 cm, respectivamente, espaçamento de 17,
Tabela 4 Resultados médios para altura de planta (AP), comprimento médio de racemo (CMR), número de racemos por planta
(NRP), número de frutos por racemo (NFR) e número de fruto por planta (NFP) em função de diferentes
espaçamentos na semeadura do crambe cultivado no município de Toledo - PR.
Espamento
(cm)
Produtivi-
dade
AP
CMRP
NRP
NFR
NFP
cm
kg ha-1
620,0 b
620,0 b
880,0 a
17
34
51
115,1 a
116,7 a
111,1 a
43,5 ab
41,7 b
46,4 a
13,8 a
13,8 a
14,5 a
42,7 b
41,0 b
55,5 a
601,0 b
574,4 b
815,1 a
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Com relação ao CMRP, constata-se que o espa-
çamento na entrelinha de 51 cm foi o que promoveu os
melhores resultados, com 46,4 cm (Tabela 4). Pro-
vavelmente este comportamento se deve aos mesmos
motivos citados no item anterior (AP), onde os maiores
espaçamentos proporcionam melhor distribuição de
fotoassimilados por planta. Fato curioso foi visualizado
com
o espaçamento de 17 cm, o qual apresentou maiores valores de
CMRP quando comparado com o espaçamento
de 34 cm. Esta
variação pode vir a ser justificada devido a cultivar FMS
brilhante apresentar certa instabilidade genotípica,
provavelmente derivada de condições am- bientais
relacionadas à local e ano, instabilidade esta que também
foi constatada em estudos conduzidos por Johnson e Hanson
(2003) e Coimbra et al. (2004).
de grãos se deve a maior incidência de luz distribuída no
dossel, sendo justificada pela relação linear entre fito massa
produzida e a energia radiante absorvida ao decorrer do
ciclo (Tollenaar e Bruulsema, 1988).
Quanto as interações entre os fatores estudados,
a
análise de variância revelou diferenças significativas
(p<0,05) para as interações época x população, época x
espaçamento e a população x espaçamento, como pode ser
verificado nas Tabelas 5, 6 e 7.
Para o caso da interação época x população,
constata-se que para a característica altura de planta não
ocorreram diferenças significativas (p<0,05), verificando-
-se que o melhor resultado (122,4 cm) foi alcançado com a
menor população de plantas (Tabela 5). Provavelmente este
comportamento seja oriundo da melhor distribuição de
nutrientes, água e fotoassimilados. Assim como apon- tam
Martins e Pedro Junior (1998), ressaltam que se deve
buscar a
adequação das plantas a fim de possibilitar as
mesmas, a
plena exploração dos recursos necessários para
que possam
expressar seu máximo potencial produtivo.
Quanto as características morfológicas NRP, NFR e
NFP, verifica-se que o espaçamento de entrelinha de 51
cm foi
o que proporcionou as melhores respostas, com
resultados
de 14,5; 55,5 e 815,1, respectivamente (Tabela
4).
Possivelmente, esta melhor resposta do espaçamento de 51
cm perante as características aqui abordadas, se deve a
melhor distribuição e consequentemente, a me- nor
competição por fotoassimilados, o que resultada em melhor
desenvolvimento por planta.
Fato curioso foi visualizado para este quesito em
relação à população de 150 plantas por m2, a qual apre-
sentou a menor resposta de AP contrariando as premissas
de
que as plantas quando submetidas a altas densidades venham
a sofrer estiolamento, oriundos principalmente
da competição
por luz. Como verificado em soja por Tou-
rino et al. (2002),
constataram que conforme o aumento na população de
plantas, resulta em menor altura das mesmas.
Para o componente produtividade, constata-se que
o espaçamento de 51 cm proporcionou respostas mais
satisfatórias que os demais espaçamentos estuda- dos,
atingindo 880 kg ha-1 (Tabela 4). Provavelmente, este
comportamento das plantas em relação à produção
Cad. Ciênc. Agrá., v. 13, p. 0112, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2021.35721
7
Resposta do crambe cultivado em diferentes espaçamentos e populações de plantas em três épocas de semeadura
Tabela 5 Resultados médios para altura de planta (cm), número de racemos por planta, comprimento médio de race- mos por
planta (cm), número de frutos por planta, número de frutos por racemo e produtividade (kg ha-1) em função da
interação entre as épocas de semeadura e às populações de crambe cultivado no município de Toledo - PR
População (plantas por m
2
)
Época
60
90
120
150
Altura de planta (cm)
26/04
06/05
20/05
111,2 aA
122,4 aA
115,6 aA
116,1 aA
117,1 aA
109,5 aA
113,9 aA
114,4 aA
111,9 aA
115,0 aA
115,3 aA
109,1 aA
Número de racemos por planta
26/04
06/05
20/05
17,0 aA
13,3 bA
14,1 abA
17,0 aA
11,7 bA
14,4 abA
14,9 aA
11,6 bA
13,6 abA
15,4 aA
12,5 aA
12,9 aA
Comprimento médio de racemos por planta (cm)
26/04
06/05
20/05
42,3 abA
51,2 aA
41,7 bA
41,2 bA
50,4 aA
39,4 bA
45,4 aA
46,2 aA
37,8 aA
42,7 aA
47,2 aA
40,9 aA
Número de frutos por planta
26/04
06/05
20/05
786,4 abA
825,1 aA
490,7 bA
954,9 aA
782,7 abA
449,3 bA
658,9 aA
578,9 aA
532,3 aA
716,2 aA
669,0 aA
517,9 aA
Número de frutos por racemo
26/04
06/05
20/05
44,8 abA
62,5 aA
33,9 bA
57,5 aA
65,5 aA
29,4 bA
43,4 aA
49,5 aA
36,6 aA
45,4 aA
49,3 aA
38,7 aA
Produtividade (kg ha-1)
26/04
06/05
20/05
760,0 aA
860,0 aA
620,0 aA
1060,0 aA
760,0 abA
520,0 bA
640,0 aA
600,0 aA
640,0 aA
740,0 aA
680,0 aA
620,0 aA
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Assim como para a altura de planta, observa-se
em
âmbito geral para as demais características de que, as
menores
densidades de plantas resultaram nas melhores
respostas para
os caracteres avaliados, entre eles NRP, com melhores respostas,
17,0 e 17,0 para as populações de 60
e 90 plantas por m2,
respectivamente (Tabela 5). Como também para o critério
comprimento médio de racemos
por planta os melhores
resultados alcançados foram 51,2
e 50,4 cm (Tabela 5),
respectivamente densidades de 60 e 90 plantas por m2.
Para NFP, constata-se de que as populações de 90 e
60 plantas por m2 foram as que proporcionaram as
melhores respostas com 954,9 e 825,1 (Tabela 5).
Consequentemente, foram às mesmas populações que
promoveram as melhores produtividades, atingindo 1060
e 860
kg ha-1, respectivamente, populações de 90 e 60 plantas por
m2 (Tabela 5).
Resposta semelhante pode ser verificado para
NFR, no qual, os melhores resultados foram de 65,5 e 62,5
também foram relacionados às populações de 90 e 60
plantas por m2, respectivamente (Tabela 5). Possi-
Cad. Ciênc. Agrá., v. 13, p. 0112, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2021.35721
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Cavazzini, P. H. e Richart, A.
velmente, este comportamento das plantas em função da
interação entre época e população, se verificaram as
melhores repostas atribuídas as menores populações, se
deve
ao fato de que tais populações proporcionam as plan- tas
melhores condições de desenvolvimento morfológico, tendo
como fundamentos básicos melhor distribuição de água,
nutrientes e luz. Como relatado por Toledo e Barros
(1999),
afirmaram que, deve-se levar em consideração as altas
densidades de plantas, uma vez que tendem a competir pela
luz e nutrientes.
culturas com características de rusticidade e capacida- de
compensatória como a apresentada pela cultura do crambe,
intensificando-se essa superioridade quando disponibilizado
condições satisfatórias de precipitação e
soma térmica
necessárias à cultura. Assim como relatado
por Deoenhardt e
Kondra (1981), na cultura da canola, a distribuição de
plantas por área pode modificar seu
desenvolvimento
vegetativo e reprodutivo, modificações
que estão relacionadas
à competição entre indivíduos,
em consequência do emprego
de menores espaçamentos
de entrelinha, podendo reduzir o
número e o peso de síliquas por plantas.
Em relação à interação época x espaçamen- to,
verifica-se que ocorreram diferenças significativas (p<0,05)
para todas as características morfológicas da planta de
crambe: altura de planta, número de racemos por planta,
comprimento médio de racemo por planta,
número de frutos
por planta, número de frutos por racemo
e produtividade para o
município de Toledo - PR, como mostra a Tabela 6.
Para a produtividade, ficou evidente de que o
espaçamento de 51 cm conciliado as três épocas de
semeadura, de maneira geral, foi o que apresentou as
melhores respostas em produção, com desempenho de 900
kg ha-1 para as épocas 26/04 e 06/05 e de 840 kg ha-1 para a
época 20/05 (Tabela 6). Essa maior produção
possivelmente
pode ser explicada assim como relatado em trabalho realizado
com canola por Cordeiro (1999), pela
interferência do
espaçamento entrelinha na arquitetura
da planta,
proporcionando incrementos na produtividade.
Para AP, observa-se de maneira aleatória que
última época juntamente com o maior espaçamento
entrelinhas interferiram de forma negativa para esta ca-
racterística, atingindo valores de 109,9 e 109,1 cm para
o
espaçamento de 51 cm e para a época 20/05 chegando
a
valores de 110,1 e 110,2 cm (Tabela 6). Este cresci- mento
reduzido pode estar relacionado a temperaturas abaixo de
3°C ocorridas durante o período de condução
do
experimento, em especial para a última época, a qual,
se
apresentava na fase de desenvolvimento vegetativo,
resultando em maiores danos visuais ela.
Constata-se que ocorreram diferenças significa-
tivas (p<0,05) para as características morfológicas da planta
de crambe: altura de planta, comprimento médio de racemo
por planta e número de frutos por racemo em função da
interação entre as populações de plantas e os espaçamentos
entrelinhas no município de Toledo - PR (Tabela 7).
Outro fator que pode ter contribuído foi o maior
espaçamento de entre linhas (51 cm), visto que propor-
cionam menor competição entre plantas por espaço,
geralmente resultando em menores alturas de plantas.
Fato
semelhante foi verificado por Morrinson et al. (1989),
na
determinação da temperatura basal da canola.
Entretanto, não foram obtidas diferenças signi-
ficativas (p>0,05) para número de racemos por planta,
número de frutos por planta e produtividade em decor-
rência
da interação entre as populações e os espaçamentos
empregados
(Tabela 7).
Quanto à AP, observa-se que a menor população de
plantas juntamente com o menor espaçamento de
entrelinhas proporcionou melhor resposta em relação, a
qual
foi de 123,6 cm (Tabela 7). Provavelmente este com-
portamento das plantas pode estar relacionado ao arranjo
das
plantas dentro do estande, assim como pode estar
relacionada ao fracionamento adequado de nutrientes e
fotoassimilados entre elas, proporcionando condições
adequadas para o pleno desenvolvimento e ao mesmo
tempo havendo competição por espaço, consequente- mente
incrementando a altura final. Conforme Adams e Weaver
(1998), verificaram que ocorrem adequações das plantas a
determinadas densidades de plantio.
Para NRP, constata-se que a primeira época de
semeadura quando comparada com as demais, apresentou
as
melhores respostas com 17,0; 15,6 e 15,6, respecti- vamente
aos espaçamentos de 17, 34 e 51 cm (Tabela 6).
Possivelmente este fato possa estar relacionado as melhores
condições do equilíbrio da temperatura verifi- cadas durante
o decorrer da época em questão.
Com relação à característica CMRP, ao contrá- rio
do visualizado anteriormente a segunda época de
semeadura foi a que apresentou as melhores respostas,
dando-se ênfase principalmente para o espaçamento de 51
cm, o qual alcançou valor de 52,7 cm (Tabela 6).
Para a característica NRP, pode-se verificar que a
maior densidade de plantas conciliada ao menor espa-
çamento de entrelinhas foi o que proporcionou o menor
resultado, com 12,8 (Tabela 7). Fato este que pode estar
relacionado à maior competitividade entre plantas por
espaço e suprimentos de crescimento, cuja sua distribuição se dá
de maneira mais fracionada dentro da população de
plantas,
limitando o potencial de desenvolvimento para
Pode-se ainda destacar para a mesma época e o
mesmo espaçamento melhores respostas perante os fatores
NFR e por consequência maior NFP, com valores respectivos
de 70,5 e 912,6 (Tabela 6). Provavelmente esta maior
resposta pode estar relacionada ao melhor desenvolvimento
vegetativo e reprodutivo que os maio- res espaçamentos
oferecem quando empregados em
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Resposta do crambe cultivado em diferentes espaçamentos e populações de plantas em três épocas de semeadura
este componente. Resultados semelhantes com canola
foram relatados por Mousavi et al. (2011), avaliando três
densidades de plantas, observaram que a medida que se
aumentava a população de plantas, reduzia-se o NRP.
Tabela 6 Resultados médios para altura de planta (cm), número de racemos por planta, comprimento médio de race- mos por
planta (cm), número de frutos por planta, número de frutos por racemo e produtividade (kg ha-1) em função da
interação entre as épocas de semeadura e os espaçamentos entre linhas de crambe cultivado no município de Toledo
- PR
Espaçamento (cm)
Época
17
34
51
Altura de planta (cm)
116,4 abA
123,5 aA
110,2 bA
26/04
06/05
20/05
115,8 aA
119,3 aAB
110,1 aA
109,9 aA
109,1 aB
114,3 aA
Número de racemos por planta
15,6 aA
12,4 bA
13,2 abAB
26/04
06/05
20/05
17,0 aA
11,6 bA
12,6 bB
15,6 aA
12,6 bA
15,4 aA
Comprimento médio de racemos por planta (cm) 38,6
bA
47,4 aA
39,1 bA
26/04
06/05
20/05
44,6 aA
46,1 aA
39,8 aA
45,5 abA
52,7 aA
41,0 bA
Número de frutos por planta
595,9 aA
704,8 aAB
422,4 aA
26/04
06/05
20/05
875,4 aA
524,3 bB
403,4 bA
865,9 aA
912,6 aA
666,8 aA
Número de frutos por racemo
37,9 bA
54,5 aAB
30,4 bA
26/04
06/05
20/05
51,8 aA
45,1 abB
31,2 bA
53,5 bA
70,5 aA
42,3 bA
Produtividade (kg ha-1)
620,0 aA
740,0 aA
500,0 aA
26/04
06/05
20/05
880,0 aA
540,0 abA
460,0 bA
900,0 aA
900,0 aA
840,0 aA
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Para o CMRP, verifica-se de maneira geral que, o
espaçamento de 51 cm foi o que proporcionou os melho-
res
resultados com 49,4 e 46,6 cm, para as densidades de 120 e
60 plantas por m2, respectivamente (Tabela 7).
Comportamento esse que deve estar associado a fatores de
melhor desenvolvimento e distribuição de área e
espaço por planta, fatores os quais, concedem à planta
melhores condições para que exerça com maior potencial
suas
características. Conseguindo ainda, demonstrar de forma
eficaz sua capacidade em responder as alterações
do meio
ambiente e através de sua plasticidade fenotípica
ajustar-se ao
mesmo (Schlichting, 1986).
Cad. Ciênc. Agrá., v. 13, p. 0112, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2021.35721
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Cavazzini, P. H. e Richart, A.
Tabela 7 Resultados médios para altura de planta (cm), número de racemos por planta, comprimento médio de race- mos por
planta (cm), número de frutos por planta, número de frutos por racemo e produtividade (kg ha-1) em função da
interação entre as populações de plantas e os espaçamentos entre linhas de crambe cultivado no município de Toledo
- PR
Espaçamento (cm)
População
(Plantas por m
2
)
17
34
51
Altura de planta (cm)
116,9 aAB
119,0 aA
115,1 aA
115,9 aA
60
90
120
150
123,6 aA
114,5 aA
112,1 aA
109,9 aA
108,7 aB
109,1 aA
112,9 aA
113,5 aA
Número de racemos por planta
13,7 aA
14,3 aA
13,9 aA
13,1 aA
60
90
120
150
15,9 aA
13,5 aA
12,9 aA
12,8 aA
14,8 aA
15,2 aA
13,3 aA
14,9 aA
Comprimento médio de racemos por planta (cm) 43,8
aA
42,2 aA
40,0 aB
40,9 aA
60
90
120
150
44,8 aA
43,4 aA
40,0 aB
45,8 aA
46,6 aA
45,4 aA
49,4 aA
44,2 aA
Número de frutos por planta
562,4 aA
653,7 aA
541,5 aA
539,9 aA
60
90
120
150
769,7 aA
626,0 aA
462,3 aA
546,3 aA
770,1 aA
907,3 aA
766,3 aA
816,9 aA
Número de frutos por racemo
41,4 aA
44,4 aA
38,9 aAB
39,2 aA
60
90
120
150
47,7 aA
47,1 aA
34,1 aB
41,9 aA
52,2 aA
60,8 aA
56,5 aA
52,3 aA
Produtividade (kg ha-1)
600,0 aA
700,0 aA
600,0 aA
560,0 aA
60
90
120
150
800,0 aA
700,0 aA
420,0 aA
560,0 aA
820,0 aA
920,0 aA
860,0 aA
900,0 aA
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Para as características NFP, NFR e produtivida- de,
constata-se que o espaçamento de 51 cm foi o que
expressou as melhores respostas. Para o NFR, foram
alcançados valores de 907,3 e 816,9, respectivamente
Cad. Ciênc. Agrá., v. 13, p. 0112, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2021.35721
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Resposta do crambe cultivado em diferentes espaçamentos e populações de plantas em três épocas de semeadura
as populações de 90 e 150 plantas por m2 (Tabela 7).
para produtividade, a qual vem por consequência do fator
anterior atingiu-se valores de 920 e 900 kg ha-1, também em
função das mesmas populações de plantas
(Tabela 7). Para o
fator NFR, verifica-se dentro do mesmo
espaçamento de que
as populações de 90 e 120 plantas por m2 foram as que
apresentaram as melhores respos- tas, com 60,8 e 56,5, mas
não diferindo em relação as demais populações (Tabela 7).
Resultados semelhantes também foram levantados por Pitol
et al. (2010), verifi- caram que as maiores densidades de
plantas juntamente com menores espaçamentos, apesar de
proporcionarem melhor fechamento da entrelinha e
consequente maior competição com plantas daninhas,
proporcionam ou resultam em menor rendimento de grãos.
Conclusões
A semeadura do crambe realizada na data de
26/04/2013 foi a que proporcionou os melhores resul- tados.
A população de 90 plantas por m2 foi a que
favoreceu o melhor crescimento e frutificação da planta de
crambe.
O espaçamento entre linhas de 51 cm foi o que
apresentou as melhores respostas, em especial para a
produtividade.
O emprego de maiores espaçamentos juntamente
com
densidades de plantas medianas, conciliadas com
semeaduras mais precoces, favoreceram as características
morfológicas e produtivas da planta de crambe.
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