O CORPO COMO DISCURSO ENTRE A CAPOEIRA E A EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS: GINGAS INTERCULTURAIS POSSÍVEIS
DOI:
https://doi.org/10.35699/edur.v41i41.46030Palavras-chave:
Interculturalidade, Capoeira, Educação em Ciências, DecolonialidadeResumo
O presente artigo teve como objetivo construir gingas interculturais entre o saber tradicional de matriz afro-brasileira e a Educação em Ciências considerando os processos educativos que se expressam a partir do corpo. A ginga é uma representação corpórea que expressa negociação na capoeira. Desse modo, as gingas interculturais constituem-se em diálogos assentados nos marcos teóricos da interculturalidade crítica. Foram delineadas por meio de uma pesquisa realizada em nível de mestrado, numa comunidade remanescente de ancestralidade africana que recebe a intervenção do Sala Verde, uma ação extensionista da Universidade Federal da Bahia no âmbito da Educação em Ciências. O território que vive o processo de certificação quilombola é São Francisco do Paraguaçu (Bahia) e desde 2014 é afetado por tal proposta ancorada nos pressupostos Ciência, Tecnologia e Sociedade. Os dados empíricos foram construídos mediante entrevistas semiestruturadas com mestres de capoeira da região, a partir de suas marcas discursivas remetentes aos saberes tradicionais afro-brasileiros e pela literatura científica. Lentes que possibilitaram o acompanhamento das mediações pedagógicas realizadas pelo Sala Verde com os moradores locais, no decurso de uma imersão etnográfica amparada em Restrepo (2018). A interface desta relação foi concebida sob o viés do corpo como discurso sócio-histórico nas concepções de Bakhtin (2006), resultando nas gingas interculturais de dissenso que negam a diferença étnico-racial, marcando-a numa base de hierarquização e gingas de consenso que tratam a diferença cultural com reciprocidade.
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