As relações entre o PISA e o movimento STEM education no Brasil

Autores

  • Gustavo Oliveira Pugliese Alexander von Humboldt-Stiftung https://orcid.org/0000-0003-4311-9055
  • Vinicio de Macedo Santos Professor livre-docente e vice-diretor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

STEM education, Avaliação internacional, Currículo, Políticas de educação

Resumo

Neste artigo, exploramos o fato de que, muito além de efeitos evidentes como o ranqueamento dos sistemas educacionais e a construção de países-modelo, as narrativas construídas pelo PISA (Programme for International Student Assessment) também sustentam indiretamente o surgimento de tendências educacionais como o movimento STEM education (Science, Technology, Engineering and Mathematics), o qual tem ocupado significativo espaço na agenda educacional brasileira e já faz parte de políticas de governo. Partindo do referencial teórico em sociologia da educação, analisamos como os argumentos construídos em torno do STEM education, não por acaso, são muito próximos das perspectivas da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico): a solução para os desafios da economia através da educação, jogando a conta dos sucessos (e fracassos) econômicos para a escola e para o professor. Estabelecemos uma análise crítica sobre o modo pelo qual o STEM education tem sido apresentado como uma solução universal, respaldada por ser uma tendência importada especialmente dos Estados Unidos, e dado como uma norma no Brasil. Observamos que o movimento STEM é um produto das práticas globalizantes, é um subproduto das políticas de desempenho e competividade que a OCDE determina nos sistemas educacionais mundo afora.

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Biografia do Autor

Gustavo Oliveira Pugliese, Alexander von Humboldt-Stiftung

Cursa doutorado na Faculdade de Educação da USP, com ênfase em STEM (Science, Engineering, Technology and Mathematics) education, políticas curriculares e PISA. Realizou mestrado no Instituto de Biologia/Unicamp com um período de estágio na Universidade de Washington (EUA). É formado em Letras (2011) e Ciências Biológicas (2015) pela Unicamp. Trabalhou no programa de ensino de ciências para minorias no programa MESA (Mathematics, Engineering and Science Achievement), nos Estados Unidos e coordenou um programa educacional para escolas públicas em Campinas. É fellow do programa YLAI (Young Leaders of the Americas Initiative), do Departamento de Estado dos EUA; Participou do programa STEM Tech Camp Brasil 2019 e 2020; e do International Network of Education Institutes, na Universidade de Beijing (China) em 2019. Tem experiência como formador de professores em tecnologias para a educação, elaboração de livros didáticos do PNLD. Principais áreas de atuação: coordenação de projetos educacionais, currículo e material didático, tecnologias educacionais, STEM Education e formação de professores.

Vinicio de Macedo Santos, Professor livre-docente e vice-diretor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo

Licenciado em Matemática pelo Instituto de Matemática e Estatística da USP (1977), mestre em Educação: História, Política, Sociedade pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1989), doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (1995), Livre docente pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo desde 2008, na área de Metodologia do Ensino de Matemática e atualmente é professor Titular da FEUSP pelo Departamento de Metodologia de Ensino e Educação Comparada. Realizou Pós-Doutorado no Departamento de Didáctica de las Matemáticas da Universidade de Sevilha (2000/2001) e na École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris (2009), junto ao Groupe de Sociologie Reflexive e Pragmatique (GSPR) e foi professor visitante da Université Paris Ouest Nanterre (Paris X) em 2012. Coordena o Grupo de Pesquisas em Educação Matemática e Educação (GEPEME), desde 2004 e o Grupo Prospéro lusófona a partir de 2015.Foi membro titular e presidente da Comissão de Pesquisa da FE-USP. Foi diretor da Sociedade Brasileira de Educação Matemática - São Paulo (2003-2005). Foi membro do Comitê Científico e Coordenador do GT de Educação Matemática da Anped (2005-2007). Coordenou a área de Ensino de Ciências e Matemática do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da USP. Desenvolveu e desenvolve projetos de pesquisa financiados pela FAPESP, CAPES e CNPq, com foco em dimensões da educação escolar, como o currículo de matemática, a relação e as dificuldades de alunos com a matemática, a formação do professor e do pesquisador em Educação Matemática.Tem publicado vários artigos e livros sobre essa temática e participado com trabalhos em eventos nacionais e internacionais da área. É membro da Sociedade Brasileira de Educação Matemática na qual integra atualmente o seu Conselho Editorial. É membro do Comitê Editorial de vários periódicos da área de Educação Matemática e Educação. Tem colaborado como assessor da FAPESP, CNPq,CAPES, FAPEMIG e da SCIELO.Tem experiência na área de Educação e Educação Matemática com ênfase na formação de professores para o ensino de Matemática, currículos de matemática para a educação básica, dificuldades no ensino e aprendizagem da Matemática e fundamentos sociológicos da pesquisa em Educação Matemática.

Publicado

2022-09-13

Como Citar

Oliveira Pugliese, G., & de Macedo Santos, V. (2022). As relações entre o PISA e o movimento STEM education no Brasil. Educação Em Revista, 38. Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/edrevista/article/view/35153

Edição

Seção

Artigos