Diáspora africana, identidade negra e memória coletiva em Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo

Autores

  • Daniela Schrickte Stoll Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.26.1.316-328

Palavras-chave:

literatura brasileira, literatura contemporânea, diáspora africana, Conceição Evaristo

Resumo

Neste artigo apresenta-se uma análise do romance Ponciá Vicêncio (2003), de Conceição Evaristo, com o objetivo de perceber e refletir sobre a construção da identidade afro-brasileira na obra, trabalhada como uma identidade marcadamente hifenizada e em diálogo com uma memória coletiva. O romance traz para primeiro plano as dualidades identitárias características dos movimentos da diáspora – e aqui são abordadas tanto a diáspora africana quanto a que deslocou diversos/as trabalhadores/as do campo para a cidade no século XX. Como aporte teórico, serão utilizados conceitos trazidos por Frantz Fanon (2008 [1952]), DuBois (1903), Paul Gilroy (2001 [1993]), Walter Mignolo (2005), Stuart Hall (2006) e bell hooks (1991). Conclui-se que, através do enredo, Evaristo evidencia tanto as dores e as opressões vividas pela população negra no Brasil quanto a força de uma ancestralidade que vem de além-mar.

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Biografia do Autor

  • Daniela Schrickte Stoll, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
    Doutoranda em Literatura no Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Mestra em Literatura pela mesma universidade (2017). É membro da comissão editorial da Revista Anuário de Literatura (PPGL/UFSC) e integrante do Núcleo Literatual (Núcleo de Literatura Brasileira Atual - Estudos Feministas e Pós-Coloniais de Narrativas da Contemporaneidade).

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Publicado

2020-11-19