Svetlana Aleksiévitch e as mulheres do front

Os estados e os corpos femininos do texto

Autores

  • Isabella Aparecida de Souza Lisboa Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.26.1.42-56

Palavras-chave:

Svetlana Aleksiévitch, jornalismo literário, literatura feita por mulheres, literatura soviética, mulheres na guerra

Resumo

Svetlana Aleksiévitch foi galardoada, em 2015, com o Prêmio Nobel de Literatura por sua escrita polifônica, um monumento ao sofrimento e à coragem em nosso tempo. Em sua obra A Guerra não tem rosto de mulher, a jornalista e escritora ucraniana reúne entrevistas com mais 500 ex-combatentes que atuaram no exército vermelho da União Soviética, durante a Segunda Guerra Mundial. Ex-combatentes que antes do trabalho minucioso de Aleksiévitch tiveram suas narrativas silenciadas pela Historiografia hegemônica. Este artigo, uma primeira parte de um estudo analítico e crítico mais detalhado da obra, visa apresentar alguns resultados de pesquisas preliminares, que compõem um trabalho de dissertação mais extenso voltado para a investigação do momento de gênese do livro que se deu de uma maneira muito particular, a fim de contribuir para os estudos da autora no Brasil e em Língua Portuguesa. Alguns discursos são mapeados neste estudo, como a relação entre jornalismo e literatura, literatura como arquivo, testemunho, feminismo e a noção de obra.

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Biografia do Autor

  • Isabella Aparecida de Souza Lisboa, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
    Mestranda em Literaturas Modernas e Contemporâneas, pelo programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários, pela Faculdade de Letras (Fale), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Graduada em Letras, bacharelado em Português, com ênfase em Estudos sobre Edição, pela Fale, da UFMG, em 2017, com a monografia 'Piauí: literatura e jornalismo de mãos dadas", com a orientação da professora Sônia Queiroz. Possui Formação Complementar Aberta em Comunicação Social - Jornalismo (2016), pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH), da UFMG.

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Publicado

2020-11-19