Seminovelas, autobiografia e ficção
Gilberto Freyre romancista
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.24.3.193-214Palavras-chave:
Gilberto Freyre, Dona Sinhá e o filho padre, autobiografia, ficção, narrativaResumo
Este trabalho pretende analisar parte da atividade que Gilberto Freyre desenvolveu na segunda metade de sua vida como autor do que ele denominava seminovelas: trabalhos de ficção que se aproximavam do romance moderno mais do que qualquer coisa que ele tenha escrito antes. Também estudamos parte de sua extensa produção autobiográfica; já que o biografismo é uma característica deste autor, julgamos pertinente a apreciação destes documentos. Acreditamos na importância de entender-se mais uma das vias de expressão e análise da realidade à qual Freyre recorreu em sua longa carreira de escritor. Procuramos dar ênfase a algumas dimensões contextuais mais significativas para a compreensão destes textos, como a rivalidade de Freyre com a USP e sua interlocução com o romancista José de Alencar.
Downloads
Referências
ALBUQUERQUE JR, Durval Muniz de. A invenção do nordeste e outras artes. Recife/São Paulo: Massananga/Cortez, 1999.
ALENCAR, José de. O Guarani. São Paulo: Ática, 1988.
ARAÚJO, Ricardo Benzaquen de. Guerra e paz: Casa-grande & senzala e a obra de Gilberto Freyre nos anos 30. Rio de Janeiro: Editora 34, 1994.
AUREL, Jaume. Textos autobiográficos como fontes historiográficas: relendo Fernand Braudel e Anne Kriegel. História (São Paulo). V.33, n.1, jan./jun. 2014. Tradução de Wilton Silva. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/his/v33n1/16. pdf>, p. 340-359. Acesso em 30 nov. 2017.
AVILA, Arthur de Lima. “Povoando o presente de fantasmas”: feridas históricas, passados presentes e as políticas do tempo de uma disciplina. Expedições: teoria da história e historiografia. Goiânia, ano 7, n 2, p. 189-209. Ag.-dez. De 2016.
BASTOS, Elide Rugai. Prefácio. In: Artesania da Socilogia no Brasil: Contribuições e interpretações de Gilberto Freyre. Curitiba: Appris, 2015.
CASTRO GOMES, Angêla de (org.). Em Família: a correspondência de Oliveira Lima e Gilberto Freyre. Campinas: Mercado das Letras, 2005.
COSTA LIMA, Luiz. A Aguarrás do tempo: Estudos sobre narrativa. Rio de Janeiro: Rocco, 1989.
COSTA LIMA, Luiz. História. Ficção. Literatura. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
DIMAS, Antônio. Nas ruínas, o otimismo. In: DIMAS, LEENHARDT e PESAVENTO (org.). Reinventar o Brasil: Gilberto Freyre, entre história e ficção. Porto Alegre: Editora da UFRGS/ EDUSP. 2006.
DOSSE, François. O desafio biográfico: escrever uma vida. São Paulo: EDUSP, 2009.
ECO, Umberto. Interpretação e superinterpretação. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala. Rio de Janeiro: Record, 2001.
FREYRE, Gilberto. Como e porque sou e não sou sociólogo. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1968.
FREYRE, Gilberto. De menino a homem: De mais de trinta e de quarenta, de sessenta e mais anos. Recife: Global, 2010.
FREYRE, Gilberto. Dona Sinhá e o Filho Padre: Seminovela. Rio de Janeiro: José Olympio, 1964.
FREYRE, Gilberto. Ingleses no Brasil: aspectos da influência britânica sobre a vida, a paisagem e a cultura do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977.
FREYRE, Gilberto. O outro amor do Dr. Paulo: Seminovela. Rio de Janeiro: José Olympio, 1976.
FREYRE, Gilberto. Prefácio à 13ª edição. In: Casa-grande & senzala. Rio de Janeiro: José Olympio, 1966.
FREYRE, Gilberto. Reinterpretando José de Alencar. Departamento de imprensa nacional, 1955.
FREYRE, Gilberto. Sobrados e mucambos. São Paulo: Global, 2004.
FREYRE, Gilberto. Tempo morto e outros tempos: Trechos de um diário de adolescência e primeira mocidade. Rio de Janeiro: José Olympio, 1975.
GAY, Peter. O estilo na História: Gibbon, Ranke, Macaulay, Burckhardt. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
GENETTE, Gerard. Seuil. Paris: Seuils, 1987.
HARLAM, David. A História Intelectual e o Retorno da Literatura. In: RAGO e OLIVEIRA GIMENEZ (org.). Narrar o passado, repensar a história. Campinas: UNICAMP, 2014.
LACAPRA, Dominick. History & Criticism. Ithaca, Londres: Cornell University Press, 1985. LACAPRA, Dominick. Repensar la historia intellectual y leer textos. In: PALTI, Elias José. “Giro linguistico” y historia intellectual. Buenos Aires: Universidad Nacional de Quilmes, 1998.
LEENHARDT, Jacques. A consagração na França de um pensamento heterodoxo. In: DIMAS, LEENHARDT e PESAVENTO (org.). Reinventar o Brasil: Gilberto Freyre, entre história e ficção. Porto Alegre: Editora da UFRGS/EDUSP. 2006.
LEENHARDT, Jacques. Protocolos de escrita: as estratégias de Gilberto Freyre. In: DIMAS, LEENHARDT e PESAVENTO (org.). Reinventar o Brasil: Gilberto Freyre, entre história e ficção. Porto Alegre: Editora da UFRGS/EDUSP. 2006.
LEJEUNE, Phillippe. O pacto autobiográfico: De Rousseau à internet. Belo Horizonte: UFMG, 2008.
MEUCCI, Simone. Artesania da Socilogia no Brasil: Contribuições e interpretações de Gilberto Freyre. Curitiba: Appris, 2015.
NICOLAZZI, Fernando. Um estilo de história: a viagem, a memória, o ensaio: sobre Casa-grande & senzala e a representação do passado. São Paulo: Editora Unesp, 2010.
PALLARES-BURKE, Maria Lúcia Garcia. Gilberto Freyre: um vitoriano nos trópicos. São Paulo: Editora UNESP, 2005.
PALTI, Elías José (org.). “Giro lingüístico” y história intelectual. Buenos Aires: Universidad Nacional de Quilmes, 1998.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. De recife para o mundo. In: DIMAS, LEENHARDT e PESAVENTO (org.). Reinventar o Brasil: Gilberto Freyre, entre história e ficção. Porto Alegre: Editora da UFRGS/ EDUSP. 2006.
POCOCK, John G. A. Linguagens do ideário político. São Paulo: USP, 2003.
ROBERT, Marthe. Romance das origens, origens do romance. São Paulo: Cosac-Naify, 2007.
RUGAI BASTOS, Elide. As criaturas de Prometeu. Gilberto Freyre e a formação da sociedade brasileira. São Paulo: Global, 2006.
SKINNER, Quentin. As fundações do pensamento político moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
TAVOLARO, Sérgio. Gilberto Freyre e nossa “modernidade tropical”: entre a originalidade e o desvio. Sociologias. Porto Alegre, ano 15, nº 33, 2013, p. 282-317.
VASCONCELOS, Sandra Guardini Teixeira. “O que se diz no princípio”: uma leitura dos prefácios. In: DIMAS, LEENHARDT e PESAVENTO (org.). Reinventar o Brasil: Gilberto Freyre, entre história e ficção. Porto Alegre: Editora da UFRGS/EDUSP. 2006.
VELLOSO, Mônica Pimenta. A literatura como espelho da nação. Estudos Históricos. v. 1, n. 2, p. 239-263, 1988.
WHITE, Hayden. Trópicos do discurso: ensáios sobre a crítica da cultura. Sâo Paulo: EDUSP, 1994.



