Autobiografia
a concepção lejeuniana e a dialética das formas
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.24.2.101-111Palavras-chave:
autobiografia, romance, dialéticaResumo
A teoria sobre a autobiografia escrita por Philippe Lejeune nos anos 70 é, ainda hoje, uma das principais referências para o estudo desta forma literária. A partir da teoria do pacto autobiográfico proposta pelo crítico francês, este ensaio busca revisitar alguns dos seus pressupostos, especialmente aqueles que dizem respeito ao narrador e à relação entre o autor e o leitor. Tomando em consideração os aspectos sociais e históricos que influenciam diretamente as formas literárias e que as põem em contato, o objetivo do presente estudo é de refletir sobre os possíveis desdobramentos de uma teoria da autobiografia que considerasse as relações dialéticas que as formas literárias estabelecem entre si dentro do campo literário.Downloads
Referências
ARFUCH, Leonor. O espaço biográfico. Trad. Paloma Vidal. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2010.
BAKHTIN, Mikhail. Questões de Literatura e de Estética. Trad. Aurora Fornoni Bernardini et al. São Paulo: HUCITEC, 1988.
CANDIDO, Antônio. A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática, 1989.
CANDIDO, Antônio. Passagem do dois ao três (contribuição para o estudo das mediações na análise literária). Revista de História. Ano 25, tomo 3, volume 50, n.º 100, São Paulo, out/dez.1974.
GOULEMOT, Jean Marie. As práticas literárias ou a publicidade do privado. In: CHARTIER, Roger. História da vida privada, 3: da Renascença ao Século das Luzes. Trad. Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
HOBSBAWN, Eric J. A Era das Revoluções (1789 – 1848). Trad. Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcus Penchel. São Paulo: Paz e Terra, 2007.
HOBSBAWN, Eric J. A Era do Capital (1848 – 1875). Trad. Luciano Costa Neto. São Paulo: Paz e Terra, 2007.
HOBSBAWN, Eric J. A Era dos Impérios (1875 – 1914). Trad. Sieni Maria Campos et al. São Paulo: Paz e Terra, 2007.
LEJEUNE, Philippe. Le Pacte Autobiographique. Paris: Seuil, 1996.
LEJEUNE, Philippe. O Pacto Autobiográfico: de Rousseau à Internet. Org. Jovita Maria Gerheim Noronha. Trad. Jovita Maria Gerheim Noronha, Maria Inês Coimbra Guedes. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.
MEYER, Augusto. Segredos da Infância; No Tempo da Flor. Porto Alegre: IEL/Editora da Universidade/UFRGS, 1996.
MORETTI, Franco. Atlas do Romance Europeu. Trad. Sandra Guardini Teixeira Vasconcelos. São Paulo: Boitempo, 2003.
MORETTI, Franco. Signos e Estilos da Modernidade: ensaios sobre a sociologia das formas literárias. Trad. Maria Beatriz de Medina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.
REIS, Carlos. Dicionário de Narratologia. Coimbra: Almedina, 1990.
SCHWARZ, Roberto. Martinha versus Lucrécia: ensaios e entrevistas. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
SOUZA, Raquel Rolando. Boitempo: a poesia autobiográfica de Drummond. Rio Grande: Editora da FURG, 2002.
STAROBINSKI, Jean. Jean Jacques Rousseau: a transparência e o obstáculo. Trad. Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
VÉRAS NETO, Carlos Quintanilha. Direito Romano Clássico: seus institutos jurídicos e seu legado. In: WOLKMER, Antônio Carlos. Fundamentos de História do Direito. Belo Horizonte: Del Rey, 2006.
VERNANT, Jean-Pierre. El hombre griego In: VERNANT, Jean-Pierre. El hombre griego. Madrid: Alianza Editorial, 1995, p. 9-31.
VEYNE, Paul. História da vida privada, 1: Do Império Romano ao ano mil. Trad. Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
WATT, Ian. A Ascensão do Romance: estudos sobre Defoe, Richardson e Fielding. Trad. Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
ZANONE, Damien. Écrire son temps: les Mémoires en France de 1815 à 1848. Lyon: Presses Universitaires de Lyon, 2006.



