Mitologia moderna e iluminação profana
um breve passeio pelos caminhos do surrealismo
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.22.2.266-281Palavras-chave:
Surrealismo, Mito, Literatura, Iluminação ProfanaResumo
Esse artigo pretende investigar as relações entre mito e literatura trazidas pelo movimento surrealista, bem como o conceito de iluminação profana, oriundo dos estudos de Walter Benjamin a respeito dessa vanguarda. Para isso pretende-se abordar algumas criações elaboradas por importantes nomes do surrealismo, como é o caso de André Breton e Louis Aragon, por meio de uma leitura que tratará da possibilidade da criação de uma mitologia moderna e da relação disso com a ideia de iluminação profana, em obras como Nadja e Camponês de Paris, ambas de 1928, além disso, busca-se tratar do modo como o uso dos mitos, ressignificados na modernidade, por meio da aproximação entre arte e vida, permitiria um novo olhar do homem para o seu tempo e para o mundo que o rodeava, o que poderia, em última instância, revelar caminhos que levariam a transformação e ao reencantamento da realidade.
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