A escrita como resistência em António Lobo Antunes

Autores

  • Glaura Siqueira Cardoso Vale Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.20.2.150-170

Palavras-chave:

António Lobo Antunes, Guerra colonial, Literatura portuguesa, Cartas

Resumo

A Guerra Colonial como cenário e contexto de produção está implicada nos romances iniciais de António Lobo Antunes, que, conjugados com as cartas que marcam esse período, são um importante material de pesquisa para verificar a escrita e a leitura como resistência. Este artigo procura mostrar como a urgência de um projeto (os livros por vir) é também uma forma de sobrevivência à traumática experiência da guerra, bem como o despertar de um trabalho contínuo de observação e filtragem da memória do autor a corroborar a composição de sua escrita.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Glaura Siqueira Cardoso Vale, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
    Doutora em Literaturas Modernas e Contemporâneas pela FALE/UFMG e mestre em Literaturas de língua portuguesa pela PUC Minas. Atua no Brasil como pesquisadora nas áreas de literatura e de cinema, tendo ministrado oficinas de texto e de audiovisual, além de colaborar na produção e montagem de documentários. Desenvolveu pesquisa para o filme Acácio (2008), dirigido por Marília Rocha, sobre o etnógrafo português Acácio Videira que trabalhou para o Museu do Dundo em Angola antes da guerra de independência. Tal pesquisa possibilitou, em 2007, fazer a viagem de caminho inverso a do personagem, estando nos lugares onde ele viveu em Angola até a aldeia onde ele nasceu no norte de Portugal. Integra o coletivo Filmes de Quintal onde tem auxiliado na elaboração e coordenação de projetos de mostras de cinema, dentre esses, o forumdoc.bh, Festival do filme documentário e etnográfico, realizado em Belo Horizonte desde 1997, do qual é colaboradora desde 2003. Atualmente, desenvolve trabalho junto ao Programa de Pós-graduação em Comunicação da UFMG como bolsista de PNPD da Capes, sob supervisão do Prof. Dr. César Guimarães.

Referências

A CORREÇÃO PERPÉTUA. Entrevista com António Lobo Antunes. Folha de São Paulo, Caderno Mais!, São Paulo, 4 de dez. 2005. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/ fs0412200505.htm> Acesso em: 4/12/2005.

ANTUNES, António Lobo. Conhecimento do inferno. 15 ed. Lisboa: Publicações D. Quixote, 2010.

ANTUNES, António Lobo. D’este viver aqui neste papel descripto. Lisboa: Publicações D.

Quixote, 2005.

ANTUNES, António Lobo. Memória de elefante. 27 ed. Lisboa: Publicações D. Quixote, 2009.

ANTUNES, António Lobo. Os cus de Judas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003.

ARNAUT, Ana Paula (Org.). António Lobo Antunes: Confissões do Trapeiro (1979-2007). Coimbra: Almedina, 2008.

BLANCO, Maria Luisa. Conversas com António Lobo Antunes. 2. ed. Lisboa: Dom Quixote, 2002.

GAGNEBIN, Jeanne Marie. Apagar os rastros, recolher os restos. In: SEDLMAYER, Sabrina; GINZBURG, Jaime (Orgs). Walter Benjamin: rastro, aura e história. Belo Horizonte: UFMG, 2012. p. 27-38.

PÚBLICO. Entrevista com António Lobo Antunes nos Seus 25 Anos de Carreira: “Acho Que Já Podia Morrer”. Lisboa, 9 de novembro de 2004. Disponível em <https://groups.yahoo.com/ neo/groups/infoprojecto21/conversations/messages/572>. Acesso em 02 jan. 2005.

RIBEIRO, Margarida Calafate. Uma história de regressos: Império, Guerra colonial e Pós-colonialismo. Porto: Afrontamento, 2004.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Os três tempos simbólicos da relação entre as forças armadas e a sociedade portuguesa. Disponível em: <http://www.boaventuradesousasantos.pt/media/ pdfs/Tres_tempos_simbolicos_RCCS15-16-17.PDF> Acesso em: 27/03/2012.

SEDLMAYER, Sabrina; GUIMARÃES, César; OTTE, Georg Otte (Orgs.). O comum e a experiência da linguagem. Belo Horizonte: UFMG, 2007. p 15-27.

SEIXO, Maria Alzira. As flores do inferno. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2010. (volume II de Os romances de António Lobo Antunes)

SEIXO, Maria Alzira (Org.). Dicionário da obra de António Lobo Antunes. v. I e II. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2008.

SEIXO, Maria Alzira. Os romances de António Lobo Antunes. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2002.

VECCHI, Roberto. Excepção Atlântica: pensar a literatura da Guerra Colonial. Porto: Afrontamento, 2010.

Downloads

Publicado

2014-08-31