As disjunções como chave para uma interpretação dialética de "Angústia"
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.20.1.149-168Palavras-chave:
Narrador, personagem, narrativaResumo
Com o objetivo de interpretar a formação da individualidade de Luís da Silva, narrador-personagem, analisei como ele se relaciona com os principais personagens e como eles se integram na realidade objetiva. Isso permitiu compreender como o protagonista foi desenvolvendo uma maneira própria, disjuntiva, de apreender as contradições geradas pela dinâmica social. A disjunção, característica de sua personalidade, não se restringe, contudo, a sua visão de mundo, mas é transposta na sua maneira de narrar e funciona também como princípio de organização interna na obra.
Downloads
Referências
BAKHTIN, Mikhail. Problemas da poética de Dostoiévski. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010a.
BENJAMIN, Walter. A crise do romance. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1994.
CANDIDO, Antonio. Ficção e confissão. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2006a.
COUTINHO, Carlos Nelson. Graciliano Ramos. In: BRAYNER, Sônia (Org.). Graciliano Ramos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. p. 73-122.
FACIOLI, Valentim. Dettera: ilusão e verdade sobre a (im) possibilidade em alguns narradores de Graciliano Ramos. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo: IEB/USP, n. 35, p.43-68, 1993.
GALVÃO, Walnice Nogueira. As formas do falso: um estudo sobre a ambiguidade no Grande Sertão: veredas. São Paulo: Perspectiva, 1972.
GIANNETTI, Eduardo. Vícios privados, benefícios públicos? A ética na riqueza das nações. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
GOLDMANN, Lucien. A reificação. In: GOLDMANN, Lucien. Dialética e cultura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. p. 105-152.
LINS, Álvaro. Conteúdo e forma enriqueceram a literatura brasileira. In: RAMOS, Graciliano. Angústia. (75 anos). Incluso Fortuna Crítica, organizada por Elizabeth Ramos. Rio de Janeiro; São Paulo: Record, 2011. p. 322-325.
LUKÁCS, Georg. A teoria do romance: um ensaio históricofilosófico sobre as formas da grande épica. São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, 2000.
LUKÁCS, Georg. Prolegômenos para uma ontologia do ser: questões de princípios para uma ontologia hoje tornada possível. São Paulo: Boitempo, 2010.
MALARD, Letícia. Ensaio de literatura brasileira: ideologia e realidade em Graciliano Ramos. Belo Horizonte: Itatiaia, 1976.
MEYERHOFF, Hans. O tempo na literatura. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1976.
RAMOS, Graciliano. Angústia. 61. ed. Rio de Janeiro; São Paulo: Record, 2005.
SOUZA, Ronaldes de Melo. Fichte e as questões da arte: a filosofia de Fichte e a poesia moderna. In: CASTRO, Manuel Antônio (Org.). A arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2005. p. 126-157.
STANZEL, Franz. Narrative situations in the novel: Tom Jones, Moby-Dick, The Ambassador, Ulysses. Bloomington; London: Indiana University Press, 1971.



