Modos de ler, modos de ser
experiências de leitura e vivências sociais
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.19.3.159-177Palavras-chave:
leitura, perfil social, literaturaResumo
Este artigo apresenta e discute um comportamento feminino de leitura, mediante análise da personagem Luísa, de O primo Basílio (Eça de Queirós). Enfoca-se o modo pelo qual ela absorve o padrão feminino culturalmente estabelecido à época, observando a maneira como isso se reflete na sua experiência de leitura, no seu posicionamento diante do que lê. No período em que o gênero romanesco se afirmava socialmente, a leitura feminina associava-se a um estereótipo de romantismo e distanciamento crítico, revelando assim a total inércia social e intelectual imposta à mulher. Nesse sentido, é apresentado um contraponto entre as experiências da mulher nas estruturas sociais e familiares e suas experiências como leitora, tomando como base a atuação da protagonista da referida narrativa queirosiana.
Downloads
Referências
ABREU, Márcia. Prefácio a O livro e a leitura em Eça de Queirós. Florianópolis: Escritório do Livro, 2007, p. 15-21.
ASSIS, Machado de. Crítica literária. ASSIS, Machado de. Obras completas de Machado de Assis. Rio de Janeiro: W.M. Jackson, 1962, p. 154-79.
BELLINE, Ana Helena Cizotto. Leituras de Luísa. Encontro Internacional de Queirosianos: 150 anos com Eça de Queirós, 3., 1997, São Paulo. Anais do III Encontro Internacional de Queirosianos: 150 anos com Eça de Queirós. São Paulo: USP, 1997, p. 521-26.
CHARTIER, Roger. A aventura do livro: do leitor ao navegador. São Paulo: Editora Unesp, 1999.
COMPAGNON, Antoine. O demônio da teoria: literatura e senso comum. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2006
COSTA LIMA, Luiz. Hermenêutica e abordagem literária. COSTA LIMA, Luiz. Teoria da literatura em suas fontes. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983, v. I, p. 52-83.
CULLER, Jonathan. Teoria literária: uma introdução. São Paulo: Beca, 1999.
CULLER, Jonathan. Lendo como mulher. CULLER, Jonathan. Sobre a desconstrução – teoria e crítica do pós-estruturalismo. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1997, p. 52-77.
DA CAL, Ernesto Guerra. Língua e estilo de Eça de Queirós. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1969.
DAL FARRA, Maria Lúcia. Eça educador e aprendiz. Prefácio a O primo Basílio. São Paulo: Ática. 2004, p. 3-10.
DANTAS, Francisco José Costa. A mulher no romance de Eça de Queirós. São Cristóvão: Ed. UFS, 1999.
DUARTE, Maria do Rosário da Cunha. A inscrição da leitura na ficção queirosiana: O primo Basílio. Encontro Internacional de Queirosianos: 150 anos com Eça de Queirós, 3., 1997, São Paulo. Anais do III Encontro Internacional de Queirosianos: 150 anos com Eça de Queirós. São Paulo: USP, 1997, p.348-54.
JAUSS, Hans Robert. A estética da recepção: colocações gerais. JAUSS, Hans Robert. [et al]. A literatura e o leitor: textos de estética da recepção. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p. 43-61.
LAJOLO, Marisa. Eça de Queirós e suas leitoras malcomportadas. Encontro Internacional de Queirosianos: 150 anos com Eça de Queirós, 3., 1997, São Paulo. Anais do III Encontro Internacional de Queirosianos: 150 anos com Eça de Queirós. São Paulo: USP, 1997, p. 438-45.
SACRAMENTO, Mário. Eça de Queirós, uma estética da ironia. Coimbra: Coimbra, 1945.
QUEIRÓS, Eça de. As meninas da geração nova em Lisboa e a educação contemporânea. QUEIRÓS, Eça de. Uma campanha alegre. Porto: Lello & Irmão, 1946, v.2, p. 105-32.
QUEIRÓS, Eça de. O primo Basílio. São Paulo: Ática, 2004.



