Setenta, de Henrique Schneider

tortura, trauma e transformações no texto ficcional

Autores

  • Jeferson de Moraes Jacques Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS)

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.26.2.149-164

Palavras-chave:

Setenta, Henrique Schneider, Ditadura, Tortura

Resumo

A história brasileira é permeada pela violência desde seu início. A segunda década do século XXI, no Brasil, carrega como marca a presença de políticos e formadores de opinião com discursos que frequentemente referenciam e até fazem homenagens ao período da ditadura militar e a alguns de seus representantes. Isso divide a população: alguns são favoráveis, outros, notavelmente a classe artística, são contra, o que motivou produções artísticas diversas sobre este período. O romance Setenta, de Henrique Schneider, cujo texto original foi vencedor do Prêmio Paraná de Literatura em 2017, apresenta o protagonista Raul, que, em meio à efervescência do patriotismo motivado pela Copa de 1970, é um dedicado bancário, retrato fiel do cidadão brasileiro indiferente à política, o que lhe trará uma terrível experiência traumática que se distancia, mas está presente e deixa marcas até mesmo na forma dos escritos literários que falam sobre este período.

Biografia do Autor

  • Jeferson de Moraes Jacques, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS)

    Mestrando em Teoria Literária na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Porto Alegre - RS).

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Publicado

2024-12-01