A metaficção historiográfica como artifício literário em Reparação, de Ian McEwan

Autores

  • Betysa Starling Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.27.1.330-341

Palavras-chave:

metaficção historiográfica, artifício literário, Reparação

Resumo

Ao lançar mão da metaficção historiográfica como artifício literário, o escritor inglês Ian McEwan encontrou um meio de fazer com que sua obra máxima, o romance Reparação, fosse capaz de questionar o passado e provocar reflexões sobre as versões oficiais de determinados eventos históricos ao mesmo tempo em que legitima a narrativa por meio da interação entre a história e a ficção, garantindo que a realidade criada pela protagonista do romance ganhasse contornos convincentes, corroborando a tentativa de expiação por ela elaborada e envolvendo o leitor em um interessante jogo narrativo. A partir de tal perspectiva, o objetivo principal deste artigo é discutir, por meio da análise de episódios importantes de Reparação, o sentido da utilização da metaficção historiográfica na construção da verossimilhança na narrativa do romance, bem como investigar a maneira como o autor Ian McEwan recorre ao arquivo histórico ao amalgamar o discurso ficcional e o discurso histórico.

Biografia do Autor

  • Betysa Starling, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

    Doutoranda em Letras Estrangeiras e Tradução – Literatura Francesa pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Bacharel em Letras – Estudos Literários pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

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Publicado

2024-12-01