Píndaro em Pindorama

por que o poeta tebano é pouco lido no Brasil?

Autores

  • Roosevelt Rocha Universidade Federal do Paraná (UFPR)

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.27.2.281-296

Palavras-chave:

Píndaro, Recepção, Epinício, Estudos Clássicos Lusófonos, Grécia Arcaica

Resumo

Neste texto, discuto por que Píndaro é tão pouco lido, comentado e traduzido no nosso país. Pretendo demonstrar que ele não era um poeta ‘chapa-branca’, cuja função era apenas celebrar pessoas poderosas, nem necessariamente era um autor difícil de entender. Para desfazer esse preconceito e incrementar os estudos pindáricos nosso país é preciso desfazer esses preconceitos. Nesse sentido, cabe lembrar que ele teve grande influência na Antiguidade Clássica e é muito estudado e traduzido em outros países. Faço um percurso rápido pelo escasso pindarismo lusófono, mostrando que algumas discussões do passado ainda são pertinentes hoje em dia. Por fim, proponho a leitura da Nemeia 3, para demonstrar que Píndaro não é necessariamente difícil de entender e que não é justo chamá-lo de ‘chapa-branca’. Desse modo, espero estimular o crescimento do interesse por esse autor em nosso país.

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Biografia do Autor

  • Roosevelt Rocha, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

    Professor Associado na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

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Publicado

2021-11-20