Píndaro em Pindorama
por que o poeta tebano é pouco lido no Brasil?
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.27.2.281-296Palavras-chave:
Píndaro, Recepção, Epinício, Estudos Clássicos Lusófonos, Grécia ArcaicaResumo
Neste texto, discuto por que Píndaro é tão pouco lido, comentado e traduzido no nosso país. Pretendo demonstrar que ele não era um poeta ‘chapa-branca’, cuja função era apenas celebrar pessoas poderosas, nem necessariamente era um autor difícil de entender. Para desfazer esse preconceito e incrementar os estudos pindáricos nosso país é preciso desfazer esses preconceitos. Nesse sentido, cabe lembrar que ele teve grande influência na Antiguidade Clássica e é muito estudado e traduzido em outros países. Faço um percurso rápido pelo escasso pindarismo lusófono, mostrando que algumas discussões do passado ainda são pertinentes hoje em dia. Por fim, proponho a leitura da Nemeia 3, para demonstrar que Píndaro não é necessariamente difícil de entender e que não é justo chamá-lo de ‘chapa-branca’. Desse modo, espero estimular o crescimento do interesse por esse autor em nosso país.
Downloads
Referências
ANTUNES, Carlos Leonardo Bonturim. Métrica e Rítmica nas Odes Píticas de Píndaro. São Paulo: Tese (FFLCH-USP), 2013.
ARAÚJO, Alisson Alexandre de. 7ª Ode Olímpica de Píndaro: tradução e notas. São Paulo: Dissertação (FFLCH-USP), 2006.
BAGORDO, Andreas. Reminiszenzen früher Lyrik bei den attischen Tragikern. Beiträge zur Anspielungstechnik und poetischen Tradition. München: Verlag C. H. Beck, 2003.
BRAGA, Teófilo. Filinto Elysio e os Dissidentes da Arcádia. Porto: Lello, 1901.
BUNDY, Elroy. Studio Pindarica. Berkeley: California University Press, 1962.
CAMPOS, Haroldo de. Píndaro, hoje, In: CAMPOS, Haroldo de. A arte no horizonte do provável e outros ensaios. São Paulo: Perspectiva, 1969, p. 109-119.
CANNATÀ FERA, Maria. Pindaro. Le Nemee. Roma: Fondazione Lorenzo Valla/Mondadori.
CAREY, Christopher. Pindar and the Victory Ode, In: AYRES, L. (ed.). The Passionate Intellect. Essays on the Transformations of Classical Traditions. New Brunswick: Transaction Publishers, 1995, p. 85-103.
FRADE, Gustavo Henrique Montes. Contingência em Píndaro: Olímpica 12, Píticas 8 e 10, Nemeias 6 e 11. Belo Horizonte: Dissertação (UFMG), 2012.
HADJIMICHAEL, Theodora A. The Emergence of the Lyric Canon. Oxford: Oxford University Press.
HUMMEL, Pascale. Pindare et les pindarismes. Paris: Philologicum, 2011.
IRIGOIN, Jean. Histoire du Texte de Pindare. Paris: Klincksieck, 1952.
KURKE, Leslie. The Traffic in Praise. Pindar and the Poetics of Social Economy. Berkeley: California Classical Studies.
LAUTENSCHLAGER, Raphael Pappa. Metapoética pindárica: comentários e análise do processo criativo em poemas e trechos epinícios escolhidos de Píndaro. Curitiba: Dissertação (UFPR), 2016.
LOURENÇO, Frederico. Poesia Grega de Álcman a Teócrito. Lisboa: Cotovia, 2006a.
LOURENÇO, Frederico (org.). Ensaios sobre Píndaro. Lisboa: Cotovia, 2006b.
MALHADAS, Daisi. Odes aos Príncipes da Sicília. Araraquara: FFCLAr-UNESP, 1976.
ONELLEY, Glória Braga; PEÇANHA, Sueli. As Odes Olímpicas de Píndaro. Introdução, tradução e notas. Rio de Janeiro: Sete Letras, 2016.
PEREIRA, Maria Helena da Rocha. Sete odes de Píndaro. Porto: Porto editora, 2003.
PIRES, Robert Brose. Epikomios Hymnos: investigações sobre a performance dos epinícios pindáricos. São Paulo: Tese (FFLCH-USP), 2014.
REZENDE SILVA, Alfredo Manoel de. Quarta pítica de Píndaro: tradução e comentário analítico. Campinas: Dissertação (IEL-Unicamp), 2013.
ROCHA, Roosevelt. Píndaro. Epinícios e Fragmentos. Curitiba: Kotter, 2018.
ROCHA, Roosevelt. Por que o Brasil precisa dos Estudos Clássicos. Em Tese, v. 25, n. 1, 2019, p. 203-209.
ROCHA, Roosevelt. Eram os poetas gregos arcaicos profissionais? Uma reavaliação da discussão sobre a profissionalização da atividade dos poetas gregos do período arcaico. Conexão Letras, v. 15, n. 24, 2020, p. 67- 79.
ROMERO, Sérgio Luiz Gusmão Gimenes. Mito e performance na Olímpica I de Píndaro. Araraquara: Dissertação (FCL-Unesp), 2013.
SNELL, Bruno; MAEHLER, Herwig (Eds.). Pindari Carmina cum fragmentis. Pars II. Fragmenta. Indices. post Brunonem Snell edidit Henricus Maehler. Leipzig: Teubner, 1975.
SNELL, Bruno; MAEHLER, Herwig (Eds.). Pindari Carmina cum fragmentis. Pars I. Epinicia. post Brunonem Snell edidit Henricus Maehler. Leipzig: Teubner, 1980.
WILLIAMSON, Margareth. Sappho and Pindar in the 19th and 20th centuries, In: BUDELMANN, Felix (Ed.). The Cambridge Companion to Greek Lyric. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.



