Uma meditação antropófaga
como o Manifesto se transforma em Macumba?
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.28.2.91-113Palavras-chave:
Manifesto Antropófago, Macumba Antropófaga, antropofagia, Teatro Oficina, Oswald de AndradeResumo
O objetivo deste trabalho é refletir sobre o diálogo entre literatura e teatro através da análise de registros em vídeo do espetáculo Macumba Antropófaga, encenado pela Associação de Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, em 2017. A proposta da performance teatral consiste em fazer uma “meditação” (UZYNA UZONA, 2017, s.p.) sobre o Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade, através do canto e da dança. Em Macumba, os aforismos que compõem o Manifesto são cantados pelo coro. Neste processo, o Manifesto deixa de ser um texto escrito por um autor individual e vira música, canto, dança, a ser incorporado por uma entidade teatral coletiva. Diante disto, nos perguntamos: como é realizada a apropriação cênica do Manifesto pelo coro? Que novos sentidos o canto do coro traz para o Manifesto durante a performance? Como o coro apresenta o Manifesto, publicado originalmente em 1928, para o espectador contemporâneo?
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