As rosas

fluxo, ciclo e dualidade em Orides Fontela

Autores

  • Fernando Ulisses Mendonça Serafim Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.24.3.161-176

Palavras-chave:

contemporaneidade, imagem poética, tempo

Resumo

Este artigo se propõe a refletir sobre o modo como o tempo e suas feições são exploradas na poesia da escritora brasileira Orides Fontela (1940-1998). Às vezes posicionado como uma estratégia de compreensão do efêmero, às vezes mobilizado na forma de uma representação do etéreo, às vezes somando essas duas contingências, seu discurso poético não raro subverte a própria estrutura da poesia e do tempo poético, o que torna o questionamento temporal uma marca perene de sua escrita. A compreensão dessas circunstâncias envolve também certas noções filosóficas de tempo em seus desdobramentos mais sensíveis, o que é explicado pela formação da autora nessa área. Para demonstrar essas noções, empregamos como parâmetro de nossa análise alguns elementos muito frequentes em sua poesia, e, como símbolo privilegiado de tais concepções, a figura da rosa, da rosácea e das flores.

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Biografia do Autor

  • Fernando Ulisses Mendonça Serafim, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

    Mestre em Literatura Portuguesa pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP). Doutorando em Teoria e História Literária pelo Instituto de Estudos da
    Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (IEL/UNICAMP).

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Publicado

2019-11-14

Edição

Seção

Teoria, Crítica Literária, outras Artes e Mídias