Corporificando uma luta
a representação feminina na ficção detetivesca de Lucha Corpi
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.24.3.59-75Palavras-chave:
Identidade, Representação feminina, Ficção detetivesca, Literatura chicanaResumo
O presente artigo investiga a representação feminina no livro Cactus Blood, o segundo título da série de ficção detetivesca da escritora Lucha Corpi, publicado em 1995. Busca-se examinar a relação entre esse gênero textual (genre) e a identidade de gênero (gender) na obra em questão, observando especialmente o processo de construção identitária de personagens femininas. A autora utiliza um gênero popular para abordar diversos aspectos culturais, históricos, sociais e políticos em relação à comunidade chicana, isto é, de mexicano-americanos, grupo que traz em seu cerne questões de hibridismo cultural, que vive na fronteira (fisica e metafórica) entre o México e os Estados Unidos. Assim, a ficção detetivesca produzida por um grupo subalternizado ajuda a compreender o papel deste gênero literário como expressão artística e representação de minorias sociais, tornando-se um veículo para a construção identitária, além de um espaço para críticas e denúncias.Downloads
Referências
ALARCÓN, Norma. Chicana Feminism: in the tracks of “the” native woman. Cultural Studies, v. 4 n. 3, p. 248-256, 1990. Disponível em: <https://doi.org/10.1080/09502389000490201>. Acesso em: 10 abr. 2017.
ALARCÓN, Norma. Anzaldúa’s Frontera: inscribing gynetics. In: ALDAMA, Arturo; QUIÑONEZ, Naomi. Decolonial Voices: Chicana and Chicano Cultural Studies in the 21st Century. Bloomington: Indiana University Press, 2002.
ANZALDÚA, Gloria. Borderlands/La Frontera: the new mestiza. San Francisco: Aunt Lute Books, 1987.
ASHCROFT, Bill; GRIFFITHS, Gareth; TIFFIN, Helen. Postcolonial Studies: the key concepts. 3. ed. London; New York: Routledge, 2013.
BALLESTRIN, Luciana. Feminismos Subalternos. Estudos Feministas, v. 25, n. 3, p. 1035-1054, 2017. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/1806-9584.2017v25n3p1035>. Acesso em: 16 mai. 2018.
BHABHA, Homi. O local da cultura. Tradução de Myriam Ávila, Eliana Lourenço de Lima Reis, Gláucia Renate Gonçalves. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998.
BRAH, Avtar. Cartographies of Diaspora: contesting identities. London; New York: Routledge, 1996.
CORPI, Lucha. Cactus Blood. Houston: Arte Público Press, 1995.
COSER, Stelamaris. Híbrido, Hibridismo e Hibridização. In: FIGUEIREDO, Eurídice (org.). Conceitos de Literatura e Cultura. Juiz de Fora: Ed. UFJF/Niterói: EdUFF, 2005.
FREGOSO, Rosa Linda; CHABRAM, Angie. Chicana/o Cultural Representations: reframing alternative critical discourses. Cultural Studies, v. 4 n. 3, p. 203-212, 1990. Disponível em: <https://doi.org/10.1080/09502389000490171>. Acesso em: 06 ago. 2018.
GARCÍA, Carmen Méndez. Private (Brown) Eyes: Ethnicity, Genre and Gender in Crime Fiction in the Gloria Damasco Novels and the Chicanos Comic Series. Altre Modernità, n. 15, p. 70- 82, 2016. Disponível em: <https://riviste.unimi.it/index.php/ AMonline/article/view/7177/6972>. Acesso em: 12 mar. 2018.
GARCÍA CANCLINI, Néstor. Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. Tradução de Heloísa Pezza Cintrão e Ana Regina Lessa. Tradução da Introdução de Gênese Andrade. 4. ed. 6. reimp. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2013.
KRAJENBRINK, Marieke; QUINN, Kate. Investigating Identities: questions of identity in contemporary international crime fiction. Amsterdam; New York: Rodopi, 2009.
LIBRETTI, Tim. Lucha Corpi and the Politics of Detective Fiction. In: GOSSELIN, Adrienne Johnson (ed.). Multicultural Detective Fiction: murder from the “other” side. New York: Garland Publishing, 1998.



