Ecos e ruídos de uma máquina preguiçosa
Entre a obra aberta e os limites da interpretação
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.23.2.72-87Palavras-chave:
Umberto Eco, Obra Aberta, intentio operis, Autor e Leitor-Modelo, Literatura e Arte ContemporâneaResumo
Para Umberto Eco todo texto funciona como uma espécie de “máquina preguiçosa” porquanto não pode dizer tudo, e, portanto, exige de seus leitores uma tarefa cooperativa. Ainda segundo o autor, quase que paradoxalmente, uma obra de arte é sempre “aberta” — no sentido de que possibilita se não infinitas, pelo menos inúmeras interpretações — mas também é “fechada” — pois haveriam limites para as interpretações que dela surgem —, afinal, em suas palavras, “dizer que um texto é potencialmente sem fim não significa que todo ato de interpretação possa ter um final feliz.” Ao refletir sobre esta dinâmica entre aberto-e-fechado, Eco segue em busca daquilo que denomina de intentio operis, uma espécie de síntese dialética entre a intentio auctoris e a intentio lectoris. Em confluência com a presente edição, o objetivo deste artigo será retomar/revitalizar algumas das noções que permeiam sua obra, tais como “abertura”, “intentio operis”, “Autor e Leitor-modelo”, tendo em vista que elas fomentam instigantes discussões que concernem tanto à teoria e à crítica literária como também à estética e à filosofia da arte, além de nos auxiliarem tanto na discussão sobre a arte contemporânea.Downloads
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