A poética líquida na escritura de Clarice Lispector

Autores

  • Danilo França do Nascimento Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET/MG)

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.21.2.158-167

Palavras-chave:

Clarice Lispector, água, Gaston Bachelard, escritura

Resumo

Neste ensaio é analisado o papel da água – e de seus ressoadores – enquanto matéria poética na escritura de Clarice Lispector, sobretudo em seu livro Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. De acordo com o filósofo Gaston Bachelard, concentrar-se em uma matéria pode resultar em uma imaginação aberta, pois qualquer criação artística precisa de uma ‘essência’ (densidade) material, que encontre a sua matéria poética. É nesse sentido que se entende o papel da água na escritura clariceana, pois observa-se que desde seu primeiro conto publicado, a água se mostra um tipo de mote criativo para a escritora. Para a análise aqui pretendida, utiliza-se como aporte teórico principalmente estudos de Gaston Bachelard, Roland Barthes, Leyla Perrone-Moisés, Jean Chevalier & Alain Gheerbrant.

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Biografia do Autor

  • Danilo França do Nascimento, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET/MG)
    Mestre em Estudos de Linguagens pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET/MG), atuando nas áreas de teatro e literatura. Possui graduação em Artes Cênicas (Licenciatura) pela Universidade Federal de Ouro Preto (2009). Tem experiência na área de arte-educação - com foco em teatro -, e na área de atuação teatral.

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Publicado

2016-01-29