Do que se cria
im/potência e sobredeterminação
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.26.3.139-152Palavras-chave:
Giorgio Agamben, Patrice Maniglier, crítica genética, criaçãoResumo
Em busca de novas articulações para se pensar linguagem e criação, propõe-se aqui uma leitura em cotejo dos pensamentos de Giorgio Agamben — especialmente de O que é o ato de criação?; Bartleby, ou da contingência; Infância e história; Estâncias — e de Patrice Maniglier — especialmente de Sobredeterminação e duplicidade dos signos; A ontologia do negativo; Do modo de existência dos objetos literários —, de modo a se sublinhar interfaces produtivas. A partir das noções de potência (e, por extensão, de impotência) e de sobredeterminação, encontra-se possibilidade de se discutir novos caminhos para se pensar o manuscrito literário — e, assim, a criação em literatura. Para tanto, retoma-se a crítica genética — olhar privilegiado sobre os bastidores da obra — em busca de um diálogo que produza novos horizontes, com o intuito de cobrir ou contornar lacunas com que a teoria contemporânea tem se deparado.
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