Poética das sobrevivências

a écfrase na poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen

Autores

  • Ian Anderson Maximiano Costa Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.27.1.249-269

Palavras-chave:

Transposição semiótica, Poesia, Écfrase, Sobrevivências, Estatuária

Resumo

No presente artigo, objetivamos discutir as relações entre imagem e escrita a partir dos poemas ecfrásticos da poeta portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen. O propósito é mostrar como esses poemas evocam a noção de “transposição semiótica” de Clüver (2006) e das “sobrevivências” de Didi-Huberman (2013). Para tanto, escolhemos como corpus os poemas “Kouros do Egeu”, “O Auriga”, “Antinoos de Delphos” e “O efebo”. No primeiro momento, nos debruçamos nas relações estabelecidas entre estatuária Grega e a escrita no pensamento crítico de Sophia a partir do ensaio O nu na Antiguidade Clássica (1978), tendo como foco a construção da ideia filosófica de physis. E como guisa de conclusão, analisamos os poemas ecfrásticos conjugados a sua projeção imagética, apontado para sua relação com o Nu e sua constituição fantasmal como elementos de sobrevivência do pensamento grego da physis.

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Biografia do Autor

  • Ian Anderson Maximiano Costa, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

    Mestrando em Teoria Literária e Literatura Comparada do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil. Licenciado em História pela Pontifícia
    Universidade Católica de Minas Gerais, Brasil. Bacharel em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil. Bolsista Capes.

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Publicado

2021-09-16

Edição

Seção

Teoria, Crítica Literária, outras Artes e Mídias