A representação da figura feminina em alguns poemas da Batalha do Parnaso
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.27.3.175-190Palavras-chave:
Romantismo, Realismo, representação da figura feminina, poesiaResumo
O objetivo deste trabalho é mostrar como os poetas brasileiros identificados com a estética realista buscaram, por um lado, a partir da década de 1870, uma representação da figura feminina oposta aos ideais românticos vulgarizados desde o final da década de 1850 e, por outro lado, incorreram frequentemente em idealizações às que combatiam, ainda que de outro teor. As formas de expressão utilizadas para representar as mulheres contribuíram para a popularização do Romantismo ingênuo, purificando a escola de sua vertente erótica, cômica e “byroniana”. Esse Romantismo ingênuo viria a ser criticado pelos novos poetas a partir do último quartel do século XIX, sobretudo nas páginas do Diário do Rio de Janeiro, em um conflito literário conhecido como Batalha do Parnaso, ponto culminante da querela romântico-realista no Brasil. Por conseguinte, o leitor encontrará um estudo sobre essa representação feminina, nessa Batalha, vista como musa social que, apesar de inscrita na falange realista, de certa forma ainda preservava idealizações femininas que os realistas julgavam combater.
Downloads
Referências
ANONIMO. Correspondência de Paris. Processos. Correio Mercantil, e Instructivo, Politico, Universal (RJ), ed. 107, 30 abr. 1857, p. 1.
ANÔNIMO. Sem malícia. Jornal do Commercio (RJ), ed. 330, 15 nov. 1877, p. 2.
ANÔNIMO. Carta de Lisboa. O Cruzeiro (RJ), ed. 117, 28 abr. 1878, p. 2-3.
ANÔNIMO. À musa realista. O Besouro (RJ), ed. 09. 01 jun. 1878, p. 8.
ANÔNIMO. À Musa retumbante. O Besouro (RJ), ed. 09, 01 jun. 1878, p. 8.
ATTA-TROLL. Rosa. Diário do Rio de Janeiro (RJ), ed. 150, 06 set. 1878, p. 1.
ASSIS, Machado de. A nova geração. Revista Brasileira: Jornal de literatura, teatros e indústria (RJ), vol. II, dez. 1879. Disponível em: < https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?id=209670>. Acesso em: 24 set. 2021.
AZEVEDO, Álvares de. Obras de Manoel Antônio Álvares de Azevedo. Volume II. Rio de Janeiro: Tipografia Universal de Laemmert, 1855.
BANDEIRA, Manuel. Prefácio. In: ______ (org.). Antologia dos poetas brasileiros: poesia da fase parnasiana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996.
BONSUCESSO, Anastácio do. Crônica literária. Annaes da Academia Philosophica (RJ), ed. 5, 22 jul. 1858, p. 191-200 [35-44 na Hemeroteca Digital].
BROCA, Brito. Naturalistas, parnasianos, decadistas: vida literária do Realismo ao pré-modernismo. Coord. Alexandre Eulálio. São Paulo: Ed. da UNICAMP, 1991.
CAMILO, Vagner. Risos entre Pares: Poesia e Humor Românticos. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, 1997.
CAMILO, Vagner. Erotismo e política: em torno de algumas figurações femininas na transição do Romantismo ao Realismo poético. Teresa, São Paulo, v. 15, p. 53-75, 2014. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/teresa/article/view/98593/97255>. Acesso em: 24 set. 2021.
CANDIDO, Antonio. O método crítico de Sílvio Romero. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1988.
CANDIDO, Antonio. Os primeiros baudelairianos. In: ______. A educação pela noite e outros ensaios. 2. ed. São Paulo: Ática, 1989.
CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira. Segundo volume. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 2000.
CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas: o imaginário da República no Brasil. São Paulo: Cia. Das Letras, 1990.
CARVALHO JÚNIOR, Francisco A. de. Nêmesis. Comedia Popular (RJ), ed. 18. 5 jan. 1878, p. 6.
CARVALHO JÚNIOR, Francisco A. Profissão de Fé. In: CARVALHO JÚNIOR, Francisco A.; BARREIROS, Artur (org.). Parisina: Escritos póstumos. Rio de Janeiro: Tipografia de Agostinho Gonçalves Guimarães, 1879. Disponível em: < https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?id=157161>. Acesso em: 24 set. 2021.
CELSO JUNIOR, Afonso. A orgia do século. Revista do Rio de Janeiro (RJ), ed. 06, 1877, p. 175-176.
COLOMBO, Arnaldo. A guerra do parnaso. Diário do Rio de Janeiro (RJ), ed. 38, 16 mai. 1878, p. 2.
CORDEIRO, Carlos A (org.). O conservatório dramático e o Dr. Cordeiro. Correio Mercantil, e Instructivo, Politico, Universal (RJ), ed. 238, 2 set. 1858, p. 2.
CUNHA, Fausto. O Romantismo no Brasil. De Castro Alves a Sousândrade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1971.
ERCKMANN-CHATRIAN. A luta do parnaso – realista e romântico. Diário do Rio de Janeiro (RJ), ed. 35, 13 mai. 1878, p. 2.
FLOR DE LIZ. A Guerra do Parnaso. Diário do Rio de Janeiro (RJ). Número 33. Rio de Janeiro, 11 mai. 1878, p. 2.
FONSECA, Demerval. Modelo da escola lírica. O Besouro (RJ), ed. 11. 15 jun. 1878, p. 5.
FONSECA, Demerval. Modelo da escola realista. O Besouro (RJ), ed. 11, 15 jun. 1878, p. 9.
FRANCHETTI, Paulo. O Primo Basílio e a Batalha do Realismo no Brasil. Blogger, 12 jun. 2013. Disponível em: <http://paulofranchetti.blogspot.com/2013/06/o-primo-basilio-e-batalhado-realismo.html>. Acesso em: 24 set. 2021.
MONTEIRO, Reinaldo C. Ensaios artísticos da mocidade. O demônio familiar. O Correio da Tarde (RJ), ed. 261 p. 2, 14 nov. 1857.
PELLEGRINI, Tânia. Realismo e realidade na literatura: um modo de ver o Brasil. São Paulo: Alameda, 2018.
PINTO, Luís Maria da Silva. Diccionario da lingua brasileira. Ouro Preto: Typographia de Silva, 1832. Disponível em: <https://www.bbm.usp.br/pt-br/dicionarios/> . Acesso em: 24 set. 2021.
PRIMEIRO CENSOR; SEGUNDO CENSOR. Conservatório Dramático Brasileiro. Diário do Rio de Janeiro (RJ), ed. 193, 19 jul. 1858, p. 2.
QUATRO ESTRELAS DO CRUZEIRO. Guerra do Parnaso em Portugal: Auto da fé. Diário do Rio de Janeiro (RJ), ed. 31, 09 mai. 1878, p. 2.
RAMOS, Péricles Eugênio da Silva. Introdução ao Parnasianismo brasileiro. Revista USP, São Paulo, SP: 1989.
RAMOS, Péricles Eugênio da Silva. Do barroco ao modernismo: estudos de poesia brasileira. 2. ed. rev. E aum. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1979.
ROMERO, Sílvio. A literatura brasileira: suas relações com a portuguesa; o neo-Realismo. Revista Brasileira. 1º ano. Segundo tomo. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1879.
ROMERO, Sílvio. História da literatura brasileira. 2.ª ed. melhorada pelo autor. Rio de Janeiro: Livraria Garnier, 1903, Vol. II. Disponível em: <https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?id=143237>. Acesso em: 24 set. 2021.
SANTOS, Alckmar L. dos; ESTEVES, Gabriel; SCARABELOT, Leandro. Na mesa gordurenta das orgias: Alberto de Oliveira, poeta realista? Revista Aletria, Belo Horizonte, v. 31, n. 3, 2021 (no prelo).
SEIS ESTRELAS DO CRUZEIRO. A Guerra do Parnaso. Diário do Rio de Janeiro (RJ). Número 34. Rio de Janeiro, 12 mai. 1878, p. 4.
SILVA, Antonio de Morais; BLUTEAU, Rafael. Diccionario da lingua portugueza composto pelo padre D. Rafael Bluteau, reformado, e accrescentado por Antonio de Moraes Silva natural do Rio de Janeiro. 1. ed. Lisboa, Simão Tadeu Ferreira, MDCCLXXXIX [1789]. 2v.: v. 1: xxii, 752 p.; v. 2: 541p. Disponível em: <https://www.bbm.usp.br/pt-br/dicionarios/> . Acesso em: 24 set. 2021.
SODRÉ, Nelson Werneck. História da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964.
TRÊS ESTRELAS DO CRUZEIRO. Guerra do Parnaso em Portugal. Diário do Rio de Janeiro (RJ), ed. 30, 08 mai. 1878, p. 2.
XAVIER, Fontoura. À liça. Almanak do Mequetrefe (RJ), ed. 1, 1878, p. 51.



