ENSINO DE ASTRONOMIA NO BRASIL - 1850 A 1951 - UM OLHAR PELO COLÉGIO PEDRO II

THE TEACHING OF ASTRONOMY IN BRAZIL - 1850 TO 1951 - A VIEW FROM PEDRO II SCHOOL

Autores/as

  • Yassuko Hosoume Universidade de São Paulo (USP)
  • Cristina Leite Universidade de São Paulo (USP)
  • Sandra Del Carlo Universidade de São Paulo (USP)

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21172010120212

Palabras clave:

Ensino de Astronomia; Currículo; Reforma Educacional.

Resumen

Tendo como referência o entendimento de que o currículo é resultado de um processo constituído de conflitos e disputas entre dife rentes tradições e concepções sociais, é analisado o ensino de astronomia no Brasil, a partir dos 18 programas do Colégio Pedro II, relativos às reformas de 1841 a 1951. Inicialmente identificada na disciplina Cosmographia, a astronomia está ausente dos currículos em alguns perío dos (1856/58 e 1951) e retorna, outras vezes, incorporada em disciplinas como Geografia e/ou Física (por ex.1858 e 1931). Essa não linearidade na evolução temporal do currículo também é observada na permanência de temas como estações do ano ou eclipses, em todas as reformas e na ausên cia descontínua de conteúdos como métodos de observação dos astros ou caracterização do Sol em algumas delas.

The teaching of Astronomy in Brazil is analyzed in the 18 pro grams of the Pedro II School, relative to the 1841 to 1951 reforms, based on the understanding that the curriculum is the result of a process made up of conflicts and disputes between different traditions and social con ceptions. The Astronomy was first identified in the Cosmography subject, although it is absent from the curricula in some periods (1856/58 and 1951) and returns, at other times, included in subjects like Geography and/or Physics (e.g. 1858 and 1931). The non-linearity of the temporal evolution in the curriculum is also observed in the maintenance of sub jects such as seasons or eclipses in all the reforms and in the disconnect ed absence of subject matter like the methods for the star observation or the characterization of the Sun in some of them.

Referencias

ALMEIDA JR., J. B. A evolução do ensino de Física no Brasil. Revista de Ensino de Física, São Paulo, v. 1, n. 2, p. 45-58, out. 1979.

APPLE, M. W. Trabalho docente e textos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1988.

BISCH, S. M. (1998) Astronomia no Ensino Fundamental: natureza e conteúdo do conhecimento de estudantes epro fessores. Tese, São Paulo: USP, 1998.

BITTENCOURT, C. M. F. Disciplinas escolares: história e pesquisa. In: OLIVEIRA, M. A. T.; RANZI, S. M. F. História das disciplinas escolares no Brasil: contribuições para o debate. Bragança Paulista: EDUSF, 2003, 366p.

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Lei n. 4.024, de 20 dez. 1961.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. Brasília: MEC/SEF, 1997, 136p.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais Brasília: MEC/SEF, 1998, 138p.

BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Ciências da Natureza, Matemática e suas tecno logias. PCN+ Ensino Médio: Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEMTEC, 2002. 144p.

BRETONES, P. S. (1999) Disciplinas introdutórias de Astronomia nos cursos superiores do Brasil. Campinas: UNI CAMP, dissertação de Mestrado, 1999.

CANALLE, J. B. G.; TREVISAN, R. H. e LATTARI, C. J. B. Análise do conteúdo de Astronomia de livros de Geografia de 1° grau. Caderno Catarinense de Ensino de Física, v. 14, n. 3, p. 254-263, 1997.

CHERVEL, A. História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa. Teoria & Educação, 2, p. 177- 299, 1990.

CHOPPIN, A. História dos livros e das edições didáticas: sobre o estado da arte. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 30, n. 3, p. 549-566, set/dez. 2004.

DELIZOICOV, D. e ANGOTTI, J. A. Metodologia do ensino de Ciências. São Paulo: Cortez, 1990.

GOODSON, I. F. Currículo: teoria e história. Petrópolis: Vozes, 2008.

GHIRALDELLI JUNIOR, P. História da Educação Brasileira. São Paulo: Cortez, 2008.

HAYDAR, M. L. M. O ensino secundário no Império brasileiro. São Paulo: EDUSP, 1972.

LAJOLO, M. (Org.). Livro didático: um (quase) manual de usuário. Em aberto, Brasília, 1996. Disponível em http://www.inep.gov.br/dowload/cibec/1996/periodicos/em_aberto_69.doc.

LANGHI, R. e NARDI, R. Ensino de Astronomia: Erros conceituais mais comuns presentes em livros didáticos de Ciência. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 24, n. 1, p. 87-111, 2007.

LEITE, C. (2006)0 Formação do professor de Ciências em Astronomia: uma proposta com enfoque na espacialidade. Tese de Doutorado. São Paulo: USP, 2006.

LEITE, C. e HOSOUME, Y. Programa Nacional do Livro Didático e a Astronomia na Educação Fundamental. Enseñanza de las Ciências, no. Extra VIII. Barcelona, p. 2152-2157, 2009.

MORRONE JR, J. e TREVISAN, R. H.Um perfil da pesquisa em ensino de Astronomia no Brasil a partir da análise de periódicos de ensino de Ciências., Caderno Brasileiro de Ensino de Física v. 26, n. 3: p. 547-574, 2009.

NICIOLI JR., R. B. (2007) O conceito de Cinemática nos livros didáticos de 1810 até 1930. Dissertação de Mestrado. São Paulo: USP, 2007.

OLIVEIRA, E. A. G. (2008) O ensino de Física do 2o ao 5o ano da Educação Fundamental na perspectiva dos livros didáticos de Ciências. Dissertação de Mestrado. PUC Minas, 2008.

RIBEIRO, M. L. S. História da educação brasileira: a organização escolar. Campinas: Autores Associados, 2007.

SILVA, T. T. Apresentação. In: GOODSON, I. F. Currículo: teoria e história. Petrópolis: Vozes, 2008.

SIMÕES, C. C. (2009) Elementos de Astronomia nos livros didáticos de Física. Dissertação de Mestrado. PUC Minas, 2009.

VECHIA, A. e LORENZ, K. M. Programa de ensino da escola secundária brasileira: 1850-1951. Curitiba: Ed. do Autor, 1998.

Publicado

2010-10-13

Número

Sección

DOSSIÊ / FILE