A apropriação de equipamentos públicos para a reprodução do capital
entre o início da verticalização e a produção da infraestrutura na Região Administrativa do Recanto das Emas-DF
Palavras-chave:
verticalização, uso da terra, infraestruturas, Recanto das EmasResumo
Com a inauguração de Brasília, houve um aumento no número de favelas e acampamentos improvisados ao redor da área planejada da cidade. Como solução adotou-se a ideia de criar cidades-satélites. Essas medidas tornaram-se mais frequentes nas décadas de 1980 e 1990, porém sem considerar a constituição da infraestrutura e a qualidade de vida da população. Dentre estas, foi criada, em 1993, a Região Administrativa do Recanto das Emas. Desde a sua criação, foram providos suportes básicosem asfaltamento, serviços de educação, saúde, abastecimento de água e saneamento. Em2020, uma área planejada para habitação popular foi vendida para uma incorporadora, com o objetivo de construir blocos residenciais para a classe média, o que contrariou o propósito inicial: políticas para a população de menor poder aquisitivo. A partir de um estudo de caso, a pesquisa baseia-se em metodologia quali-quantitativa, por meio de pesquisa de campo e referências documentais. Como objetivo, este artigo pretende compreender como se deu a relação entre essa privatização, que se materializou na construção dos prédios e na consequente verticalização, e a constituição de infraestruturas públicas, notadamente de circulação, na localidade.
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