O artigo discorre a respeito do papel dos agentes privados na produção do espaço frente ao contexto do neoliberalismo. De um lado, a hegemonia globalizada do modelo neoliberal desde o fim dos anos 1980 produziu um modelo padronizado de cidade, marcado pelo desmantelamento de serviços públicos, pelo agravamento das discrepâncias entre camadas sociais e pelo declínio da participação democrática no espaço urbano. De outro, a hegemonia do mercado na produção do espaço suscitou o surgimento dos movimentos de insurgência urbana, que se opõem a esse sistema e contestam a forte presença do mercado nas decisões políticas, reivindicando a atuação dos cidadãos nos debates e trazendo vitalidade e o diálogo para as ruas. Baseando-se num levantamento bibliográfico e audiovisual, o artigo discute a fragilização dos Estados nacionais por força da ideologia neoliberal, suas consequências, impactos e movimentos de resistência no contexto do espaço urbano, dando enfoque na experiência das manifestações ocorridas no Brasil entre os anos de 2012 e 2013. Por fim, percebe-se como os movimentos de resistência ao modelo hegemônico auxiliam na retomada da cidade enquanto espaço do debate político.