O texto apresentado a seguir é fruto de uma pesquisa mestrado realizada de 2017 a 2019, que buscou investigar os processos de mediação do Centro Cultural Ocupa Ouvidor 63. Ocupado em 2014, o edifício localizado na Rua do Ouvidor no 63, em São Paulo, acolhe um coletivo heterogêneo de artistas de linguagens, atuações e origens distintas, que compartilham o espaço para produção e experimentação artística e social. Dessa forma, partiu-se do reconhecimento da interseção entre os movimentos sociais e insurreições contemporâneas; a arte atuante e o artivismo como resposta estético-política; a perspectiva do direito à cidade e à cultura incitada pelas ocupações urbanas e artísticas e, assim, as relações entre essas mediações artivistas, cidade e diversidade cultural. Nesse processo é possível observar características peculiares e potentes da arte e da cultura em relação com os movimentos sociais, em especial as ocupações. Tais movimentos insurgentes refletem modos contemporâneos de resistência, organização e ação desenvolvidos e projetados a partir do mundo da arte, da estética e da produção de subjetividades.