Arquiteto urbanista (1986) e doutor em Filosofia (2000) pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG; pós-doutorado no Getty Conservation Institute (GCI), Los Angeles (2001) e na Universidad Politécnica de Madrid (2009/2010). É professor titular da UFMG, subcoordenador do Programa de Pós graduação em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável, PPACPS, presidente do ICOMOS Brasil e vice-presidente do ICOMOS Internacional. Tem atuação em diversos cargos e conselhos na área do patrimônio.
Arquiteta urbanista pela Escola de Arquitetura/UFMG com MBA em Gerenciamento de Projetos pela IBS/FGV; mestranda no programa de Pósgraduação em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável, PPACPS. Têm experiência em planos diretores e patrimônio cultural, e é professora convidada do Curso de Pós-graduação em Patrimônio Arquitetônico, Urbanístico e Ambiental: Preservação x Sustentabilidade da Universidade CEUMA.
Samantha de Oliveira Nery é psicóloga, mestre MSc em Psicologia Social pela London School of Economics and Political Sciences, Diploma de Estudios Avanzados, Universidad de Barcelona e doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável PPACPS, Escola de Arquitetura da UFMG. Tem trabalhado em projetos de desenvolvimento e planos diretores.
O rompimento da barragem de Fundão em Mariana, Minas Gerais, devastou o subdistrito de Bento Rodrigues. Com mais de 80% das edificações destruídas, o vilarejo foi esvaziado e sua população realocada temporariamente na sede do município, de forma dispersa, comprometendo seus vínculos de vizinhança, identidade social e referências culturais. Logo após o desastre, o território foi cercado, seu acesso controlado e a empresa mineradora construiu, de forma autocrática, um dique, inundando parte das propriedades privadas, apesar de protestos da população. A partir de um trabalho realizado com a população atingida percebe-se, contrariamente ao que a empresa responsável e outros atores lhe impuseram, que ela deseja retomar o uso pleno do seu território, dentro dos limites da legislação vigente, implementando ali um Museu do Território, que tem potencial para tornar-se um “sítio de consciência”. Com este intuito, o presente trabalho discute o conceito de Museu de Território, que acompanha as profundas mudanças ocorridas no campo das ciências sociais e a ampliação do conceito de patrimônio. Um Museu de Território almeja, primordialmente, o desenvolvimento dos moradores e a preservação de seus bens culturais, materiais ou imateriais, promovendo o envolvimento continuado da comunidade, sob o viés da valorização patrimonial, cultural e identitária. A proposta dos próprios moradores transformarem o território de Bento Rodrigues em um museu que dê visibilidade às formas de funcionamento e aos impactos da mineração brasileira é tanto uma maneira de resistência na luta pelos seus direitos, como de auxílio no processo de recuperação da comunidade após o desastre.
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