Ir para o menu de navegação principal Ir para o conteúdo principal Ir para o rodapé

Artigos

v. 1 n. 1 (2015): Revista Indisciplinar

Profanação como tática de resistência ao biopoder

Enviado
abril 1, 2021
Publicado
2015-10-05

Resumo

No intervalo de um ano compreendido entre julho de 2013 e 2014, inúmeros protestos eclodiram em todo o território nacional devido à realização do mundial da FIFA no Brasil. Além de ocuparem as ruas, manifestantes encontraram também outras formas de desobedecer o status quo. É sobre uma dessas táticas de subversão da ordem que o presente artigo se debruça: uma artista plástica carioca “hackeou” o cromos da Coleção Oficial de Figurinhas Copa do Mundo da FIFA 2014 e pintou, nos rostos dos jogadores das seleções de futebol, as máscaras pretas utilizadas pelos adeptos do método black bloc. Após a intervenção, ela selava os pacotes de figurinhas corrompidas e os deixava nos locais de venda novamente. Considerando os conceitos de biopoder e biopotência nos filósofos Michel Foucault e Peter Pál Pelbart, abordamos, à luz dos pesquisadores Giorgio Agamben e Michel de Certeau, as táticas de profanação dos dispositivos do poder — no caso estudado, representado pelo Estado e pela FIFA. O artigo ressalta a proximidade entre esses conceitos,
buscando entender como a “estratégia” em Certeau e o “dispositivo” em Agamben têm nas definições de tática e profanação ações que não são opostas,
mas interdependentes. Como métodos utilizados na produção do artigo recorremos à pesquisa documental e à revisão bibliográfica.

Referências

  1. AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Chapecó: Argos Editora da Unochapecó, 2009.
  2. CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: 1. artes de fazer. Petropólis: Vozes, 2012.
  3. FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Organização e tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.
  4. P. LOPES, Graziela e DIEHL, Rafael. Intervir. In: FONSECA, Tania Mara Galli, NASCIMENTO, Maria Líviado e MARASCHIN, Cleci. Pesquisar na diferença: um abecedário. Porto Alegre: Sulinas, 2012. p. 137-139.
  5. PELBART, Peter Pál. “Biopolítica”. Revista Sala Preta, São Paulo, v. 7, p. 57-66, 2007. Disponível em: http://revistas.usp.br/salapreta/issue/view/4699/showToc. Acesso em 16 de julho de 2014.
  6. PELBART, Peter Pál. Vida Capital: Ensaios de Biopolítica. São Paulo: Iluminuras, 2011.
  7. PELBART, Peter Pál. “Biopolítica e Biopotência no coração do Império”. 2002. Multitudes, revue politique, artistique, philosophique. Disponível em:
  8. http://www.multitudes.net/Biopolitica-e-Biopotencia-no/. Acesso em 31 de julho de 2014.
  9. RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina, 2009. (Coleção Cibercultura).

Downloads

Não há dados estatísticos.