Ir para o menu de navegação principal Ir para o conteúdo principal Ir para o rodapé

Artigos

v. 1 n. 1 (2015): Revista Indisciplinar

Corpo desembestado: o devir-animal, o teatro da crueldade e suas afecções

Enviado
abril 2, 2021
Publicado
2015-10-05

Resumo

O presente trabalho discorre sobre os conceitos de “devir-animal” e “blocos de sensações”, dos filósofos Gilles Deleuze e Félix Guattari, correlacionando-os às produções artísticas realizadas pelo “Teatro da Crueldade”, de Antonin Artaud, bem como à performance arte na contemporaneidade, produzindo um corpo desembestado. Tais conceitos são instrumentos de intensificação de uma prática que liberta o corpo de uma lógica dominante e o leva para lugares não conhecidos, selvagens e impessoais. Através destas transversalidades, é possível pensar a performance arte e o “Teatro da Crueldade” enquanto práticas processuais inventivas que não se prendem a limites fronteiriços entre pensamento e corpo, desorganiza suas formas primárias enquanto releva impulsos de animalidade que o faz contrair e dilatar. Ao investigar seus blocos de “afectos” e “perceptos”, os corpos podem ultrapassar seus contornos; através do movimento migratório entre homem e animal, são capazes de tornar expresso sensações não-ditas, de ir além dos signos, ao encontro das coisas em seu estado provisório, afirmando a vida em sua potência produtiva.

Referências

  1. ALCANTARA, Clarissa de Carvalho. Corpoalíngua: performance e esquizoanálise. Curitiba: Editora CRV, 2011.
  2. ARTAUD, Antonin. O teatro e seu duplo. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
  3. __________. Cartas aos poderes. Porto Alegre: EVM, 1979.
  4. BAREMBLITT, Gregorio. Introdução à esquizoanálise. Belo Horizonte: Biblioteca da Fundação Gregório Baremblitt/Instituto Félix Guattari, 2010.
  5. BARRIO, Arthur. Arthur Barrio. Organização de Ligia Canongia. Rio de Janeiro: Impresso pelo programa Petrobrás de Artes Visuais, 2002.
  6. CARREIRA, André Luiz Antunes et al. (orgs). Mediações performáticas latino-americanas. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2003.
  7. COHEN, Renato. Performance como linguagem. São Paulo: Perspectiva, 1989.
  8. DELEUZE, Gilles. Francis Bacon: Lógica da sensação. Tradução Roberto Machado (coord.). Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2007.
  9. __________. Lógica do sentido. Tradução Luiz Roberto Salinas Fortes. São Paulo: Editora Perspectiva, 2000.
  10. DELEUZE, Gilles. Sobre o teatro: um manifesto de menos; o esgotado. Tradução de Fátima Saadi, Ovídeo de Abreu e Roberto Machado. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2010.
  11. DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. O que é a filosofia? Tradução de Bento Prado Jr. e Alberto Alonso Muñoz. São Paulo: Editora 34, 2005.
  12. __________. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia v. 2. Tradução de Ana Lúcia de Oliveira e Lúcia Cláudia Leão. São Paulo: Editora 34, 2008.
  13. __________. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia v. 4. Tradução de Suely Rolnik. São Paulo: Editora 34, 2008.
  14. GOLDBERG, RoseLee. A arte da performance. Tradução: Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
  15. LEHMANN, John. Vidas literárias: Virginia Woolf. Tradução Isabel do Prado. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1989.
  16. MACHADO, Roberto. Deleuze, a arte e a filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009.
  17. NATHAN, Monique. Virginia Woolf. Tradução Léo Shlafman. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1989.
  18. PELBART, Peter Pál. Da clausura do fora ao fora da clausura: loucura e desrazão. São Paulo: Iluminuras, 2009.
  19. ZUMTHOR, Paul. Performance, recepção, leitura. Tradução: Jerusa Pires Ferreira e Suely Fenerich. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
  20. WOOLF, Virginia. As ondas. Tradução: Lya Luft. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004

Downloads

Não há dados estatísticos.